Pensando na formação do professor, processo fundamental para a melhoria da educação, pretende-se refletir a maneira problemática como o sistema propõe o ensino da literatura na escola, priorizando certas metodologias convencionais que limitam a criatividade e as várias maneiras de leitura que um indivíduo pode desenvolver. Gérard Langlade (2004) afirma que o leitor é “autor da singularidade da obra”, ou seja, são as singularidades dos atos de leitura de cada sujeito leitor que tornam os textos ricos e significativos. Desta maneira, quando delimita-se uma leitura convencional, seja o modelo historicista, tão comum na escola, seja outra modalidade que aleija o sujeito leitor, inutiliza o próprio ato de leitura, bem como suas possibilidades. Antoine Compagnon (1999) defende a ideia do leitor como sujeito livre na modernidade, e mesmo a literatura podendo confirmar inúmeros sensos comuns, ela também permite romper com estereótipos pré-definidos e fomentar a criação do novo. Por isso, buscamos pensar de quais maneiras o letramento literário pode ser uma prática constante do professor-pesquisador-leitor, considerando que sem esse exercício aberto o processo seria ineficaz. Para isso, pode-se pensar em práticas e exercícios como o diário de leitura, as anotações pessoais, os círculos de leitura, entre outros, que permitam a reflexão das obras, e não apenas o certo ou errado segundo leituras preestabelecidas, de maneira que a subjetividade de cada indivíduo seja respeitada e valorizada como peça fundamental que mantém a vitalidade da obra, dando um novo olhar para o que é a literatura e os seus modos de leitura. Assim, o presente trabalho contará com dois momentos: um de discussão teórica, no qual apresentaremos o que teóricos e pesquisadores dizem sobre o ensino da literatura, e outro de discussão da prática, para que todos nós possamos debater as atividades que já desenvolvemos em sala de aula e para apresentarmos algumas sugestões.