Contextualização e justificativa da prática desenvolvida Joaquim Maria Machado de Assis foi um autor incabível em uma única escola literária, digo isto, pois tamanha foi sua contribuição para com a literatura brasileira que seria inutilizá-lo defini-lo autor de um período só. Assim sendo, torna-se necessário que eu venha expor meus devaneios perigosos sobre a última obra que li do autor, Memórias Póstumas de Brás Cubas (2019), que foi publicado pela primeira vez em 1881, obra essa que se destaca por dar início a um novo movimento literário: o Realismo. Problema norteador e objetivos Depois de me aventurar pelas nuances machadianas, ocorreu-me que de alguma maneira, ao ler Machado de Assis, todos nós somos um pouco brilhantes, não por compreender, ou quase, sua maneira de escrita, muito menos por decifrar seus enigmas críticos e filosóficos (coisa que acredito estar longe de minha capacidade), mas por simplesmente decidir saborear as linhas dispostas a nós por este cérebro genial. Procedimentos e/ou estratégias metodológicas Assim como Antonio Candido (1970) fomenta, quando diz que Machado nos lisonjeava, dando-nos a impressão de que somos inteligentes, digo que somos mais: somos brilhantes. O leitor é mais que apenas um pensador. Para Compagnon (1999) o Estruturalismo cria uma função para cada leitor, assim sendo, no modelo ideal de leitor para os teóricos literários, destaco dois aos quais me refiro: o leitor ideal e o leitor real. Fundamentação teórica que sustentou/sustenta a prática desenvolvida Esses devaneios ancoram-se teoricamente em autores que discorrem sobre a importância de leitura e os vários tipos de leitores, como Candido (1970), Compagnon (1999) e Oliveira (2012). Resultados da prática Se você já conhece Brás Cubas, sabe que não se trata de um personagem vivo, mas que ainda assim imortalizou-se através de suas palavras póstumas: é complexo, instigante e fascinante, com certeza; mas, sobretudo, petulante. Porque se você não conhece esse personagem, fique sabendo que ele escreveu exclusivamente para você leitor. Relevância social da experiência para o contexto/público destinado e para a educação e relações com o Grupo de Trabalho do COPED A relevância social do trabalho se manifesta no incentivo à pesquisa de teoria literária, desempenhando significativo papel social e cultural pela sua capacidade de reconhecimento dos vários tipos de leitores, valorizando os diversos intelectos e perspectivas pelo viés educacional e individual de cada ser. Considerações finais Continuo acreditando nas palavras de Candido (1970), de que é preciso ler Machado com um olhar anormal, porque de fato nunca vamos encontrar em sua obra uma história comum, mesmo que essa represente a realidade, já que, em se tratando das absurdidades de seus universos paradoxais, a realidade é só uma extensão da fantasia do ser. Enfim, depois de expor-lhes minha viagem por essa história tão fantástica, quero deixar-lhes informados de que inúmeros outros devaneios me ocorreram e que possivelmente eu esteja com a doença iminente de uma invenção, que espero que não me mate, mas que permita que eu respire a brisa tão ansiada do nosso defunto autor Brás Cubas.