O presente trabalho, parte da tese em processo, sob os auspícios da CAPES, tem como objetivo compreender como as produções bibliográficas de estudos étnico-raciais, pós-coloniais e decoloniais, podem promover na educação o enfrentamento ao racismo, averiguando questões como raça, racismo, antirracismo, colonização, diáspora e relações raciais. Para tanto, buscou-se adotar a revisão bibliográfica como metodologia, a fim de refletir sobre as concepções de raça e racismo, principalmente de racismo estrutural. Partindo de pensadores e pensadoras como Frantz Fanon, Achille Mbembe, Abdias do Nascimento, Silvio Almeida, Paul Gilroy, Aimé Césare, Muniz Sodré, Lelia Gonzalez, Sueli Carneiro, Edwar W. Said, Angela Davis, etc., trataremos de um entendimento sobre o racismo, vigorado pela teoria social. Ao discorrer por essas noções, demonstraremos quais concepções e noções de racismo implicariam uma abordagem na Educação, como parâmetros de ensino antirracistas. É buscado ainda fazer uma crítica à noção de democracia racial, pensamento recorrente no Brasil, que limitou a interpretação do racismo no país. Para a construção deste trabalho, especificamente sobre o racismo e relações raciais, deu-se prioridade em apoiar em intelectuais negros, que aprofundaram seus pensamentos com o objetivo de jogar luz nos estudos sobre o racismo com profunda erudição, muitas vezes com aspirações intervencionistas, assim, afastando-se em certa medida de um pensamento eurocêntrico e colonial das ciências. Por isso priorizou-se estudiosos e estudiosas da África, América Latina, América do Norte e Caribe, entretanto, ainda discorremos por intelectuais europeus pela sua importância e vanguardismo crítico, para compreender as relações raciais, principalmente diante de uma crítica sobre as perspectivas e subjetividades do “outro” (o que não é europeu). Esse trabalho busca contribuir para o processo de reflexão das relações étnico-raciais e seus significados nos processos educacionais.