Além de manter, em sua trajetória crítica e romanesca, um apurado senso crítico sobre as problemáticas envolvendo a mulher tanto no espaço doméstico quanto no espaço público, sobretudo ao longo das décadas de 1930, 1940 e 1950, Lúcia Miguel Pereira também investe, com um olhar similar ao que imprime em outras produções, na escrita dos contos infantis A fada menina (1939), Maria e seus bonecos (1943), A filha do Rio Verde (1943) e Na floresta mágica (1943). Neste sentido, essa pesquisa traz como objeto de investigação esses libros que são totalmente desconhecidos e em que, neles, a escritora materializa seu ponto de vista acerca da literatura para crianças, evidente em seus artigos de jornais e de revistas, ao mesmo tempo em que empreende, através de memórias, o lugar da educação e das brincadeiras infantis para a criação da menina/mulher. Segundo o crítico Antonio Candido (2005), Lúcia Miguel sempre se preocupou com o papel ocupado pelo gênero feminino no âmbito da sociedade. Assim, como objetivo dessa pesquisa, pretendemos percorrer, nas obras supra citadas, o modo como a escritora concebia a representação da menina/mulher em sua narrativa infantil, tendo em conta a tradição da escrita para crianças no Brasil na qual utiliza onomatopéias, personificações, proverbios populares, expressões cotidianas da criança que leva a sua ficção a se comunicar de modo peculiar com a incipiente tradição literaria infantil no Brasil. Hipótese: Ao investir na escrita da literatura infantil, Lúcia Miguel Pereira inova na forma do conto ou procura seguir uma incipiente tradição literaria para crianças no Brasil?
Comissão Organizadora
CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Francely Aparecida dos Santos
Pedro Aurélio Cardoso da Silva
Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Victória Lobo
Comissão Científica