PERFIL DE ESTUDANTES DO CURSINHO POPULAR DARCY RIBEIRO E EXPECTATIVAS DE INGRESSO NA UNIVERSIDADE
Gabriel
UNIMONTES
gabriel.fernadessantos6@gmail.com
Emilly
UNIMONTES
Mônica Maria Teixeira Amorim
UNIMONTES
Palavras-chave: Cursinho popular; estudantes; perfil; expectativas.
Resumo Simples
O presente trabalho é fruto de um estudo exploratório que desenvolvemos no ano de 2023 no cursinho popular (CP) Darcy Ribeiro em Montes Claros-MG com o propósito de investigar o perfil de nossos estudantes e suas expectativas de ingresso na universidade. O CP Darcy Ribeiro integra a Rede EMANCIPA, um movimento social de educação popular que desenvolve, desde 2007, um notável trabalho pela democratização do acesso à universidade no Brasil através de cursinhos populares, totalmente gratuitos, organizados nas diversas regiões do país. O CP Darcy Ribeiro iniciou suas atividades em 2013, tendo atuado em diversas escolas públicas de Montes Claros. Ingressamos como educadores nesse movimento que, anualmente, abre inscrições para estudantes de escola pública, moradores de periferia e trabalhadores oferecendo ensino presencial aos sábados em uma escola pública que acolhe o projeto. A cada ano, após as inscrições, as turmas são montadas e uma aula inaugural é ofertada para melhor apresentar o CP aos estudantes. Na sequência, as aulas semanais são realizadas e, em cada mês, há um círculo de debates com os discentes. É dessa experiência, nos espaços das aulas e nos círculos de debates que, a partir da técnica da observação simples e da escuta atenta, levantamos os dados junto aos nossos ingressantes de 2023. Os dados coletados permitem constatar que estes ingressantes são majoritariamente de camadas populares, mulheres e negros, corroborando o perfil de estudantes indicado no estudo de Santos et al (2020) em um cursinho popular, e os achados de Machado (2021) acerca do perfil de estudantes do CP Darcy Ribeiro levantado em 2019. Sobre as expectativas de ingresso na universidade os alunos apontam dificuldades majoritariamente relacionadas ao fator econômico, ou seja, dificuldade de custear os estudos, bem como ao fator educacional, vinculado à preparação para enfrentar o vestibular. Chamou atenção o fato de muitos estudantes desconhecem que a cidade conta com uma universidade pública e de acreditarem que esta instituição cobrava mensalidades, reforçando as observações de Lopes (2015, p.1) de que nesses cursinhos “muitos jovens não têm sequer acesso à informação, não sabem nem que existem universidades públicas”. Os relatos nos instigam a promover a reflexão discente acerca da educação como um direito e da luta pela democratização da universidade, entendendo que o CP tem como propósito central a “organização dos estudantes na luta pelo acesso à Universidade”. (LOPES, 2015, p.1). Outrossim, nos instiga a aprofundar as análises sobre perfil e expectativas de estudantes nos cursinhos populares, temática ainda pouco pesquisada no Brasil.
Comissão Organizadora
CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Francely Aparecida dos Santos
Pedro Aurélio Cardoso da Silva
Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Victória Lobo
Comissão Científica