O presente relato busca trazer reflexões sobre a segunda fase do projeto Despertando para o Gosto de Aprender, executado no 2° e 3° período do curso de Pedagogia, no campus de Brasília de Minas. Reflexões estas, obtidas a partir de uma observação realizada no dia 08 de novembro de 2022, em um Centro Municipal de Educação Infantil situado no referido munícipio. A instituição escolar atende crianças de seis (6) meses até quatro (04) anos de idade. O trabalho de observação realizado na referida instituição escolar teve como objetivo central: observar se ocorre, a partir de atividades planejadas, a prática de desemparedamento da infância; e como objetivos específicos, analisar se há o desenvolvimento sistemático de atividades que propiciem aos alunos um contato direto com a natureza e verificar os espaços físicos da escola, analisando se os mesmos contam com a presença de elementos naturais que podem trazer grande contribuição para o desenvolvimento integral da criança desta faixa etária. A base teórica do trabalho desenvolveu-se a partir da Base Nacional Comum Curricular (2018), Barros (2018) e Nono (2011). A partir do que foi observado nas dependências da instituição, foi possível perceber que sua estrutura física atende as necessidades das crianças deste período inicial na Educação Infantil. A escola conta com um espaço amplo, dispondo de áreas verdes e arborizadas, assim como recursos pedagógicos diversificados. Nas áreas externas, — pátio, parquinho, anfiteatro, copa, lactário, refeitório e setor administrativo; bem como em seus ambientes internos — berçários, salas de aula, sala multiuso (brinquedoteca e biblioteca) e banheiros, o espaço é organizado e devidamente identificado. Segundo Nono: “assim como o tempo, o espaço também deve ser organizado levando-se em conta o objetivo da Educação Infantil de promover o desenvolvimento integral das crianças.” (2011, p.2). Levando em consideração todos os aspectos analisados, e tendo em mente a importância de “validar a interdependência entre ser humano e natureza, contribuindo para a construção de outra visão de mundo, pautada pelo respeito a todas as formas de vida.” (BARROS, 2018,p.12), foi possível observar que a instituição, apesar de possuir um bom espaço físico, necessita de repensar a utilização do mesmo, já que este espaço não está sendo utilizado em sua plenitude. Conclui-se que ainda persiste nesta instituição uma visão de ensino engessada tanto em sua metodologia, quanto em sua estrutura, baseando-se demasiadamente no ensino tradicional. Uma mudança faz-se necessária quanto à exploração e aproveitamento dos espaços já dispostos nas instituições escolares e comunidade em seu entorno.
Referências
BARROS, Maria Isabel Amando de. Desemparedamento da Infância: a Escola como Lugar de Encontro com a Natureza. 2. ed. Rio de Janeiro: alana, 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
NONO, Maévi Anabel. Organização do Tempo e do Espaço na Educação Infantil–Pesquisas e Práticas. Universidade Estadual Paulista. Pró-Reitoria de Graduação. Caderno de formação: formação de professores educação infantil: princípios e fundamentos/Universidade Estadual Paulista. Pró-Reitoria de Graduação, 2011.
Comissão Organizadora
CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Francely Aparecida dos Santos
Pedro Aurélio Cardoso da Silva
Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Victória Lobo
Comissão Científica