Com a dimensão de hiperconexão e compartilhamento no habitat tecnológico que vivemos, partimos para uma provocação sobre o agenciamento das tecnologias vestíveis ao processo educacional, aliando-se à internet das coisas e compreendendo-as como forças ambientais no contexto da Educação. As tecnologias vestíveis são dispositivos análogos a roupagens ou acessórios que possibilitam a ação de “se vestir” ou “se revestir” com uma tecnologia interconectada com constância operacional e interacional (MANN; NIEDZVIECKI, 2001). Assim, o problema de pesquisa que se coloca é: como conectar as tecnologias vestíveis ao processo educacional, compreendendo-as como forças ambientais, e não como meras ferramentas? Portanto, nosso objetivo é explorar a interação humano-máquina por meio das Tecnologias Vestíveis no contexto da Educação Híbrida. Para tanto, debruçamos pela temática com um aporte teórico multidisciplinar compreender suas potencialidades e desafios, dentro de um recorte que articula a perspectiva das tecnologias digitais (GÓMEZ, 2015) em um território de Educação OnLife (SCHLEMMER et al., 2022), em termos específicos sobre as tecnologias vestíveis (MANN; NIEDZVIECKI, 2001), e a interação/interface humano-máquina (SANTAELLA, 2021) e o viés epistemológico da natureza da experiência educativa (FREIRE, 2021). A reflexão tenderá para a interdisciplinaridade e compreensão de como emerge a apropriação das tecnologias vestíveis, pois possibilitam maior liberdade, autonomia e colaboração e, para além do potencial de inclusão, motivam os estudantes em sala de aula e se alinham para contribuir com processos de ensino e aprendizagem. Neste estudo, direciono-me para uma pesquisa de natureza qualitativa e exploratória, apropriando-me da pesquisa-ação como percurso metodológico. Como resultado parcial do projeto, realizamos um levantamento das tecnologias vestíveis disponíveis para comercialização e as possíveis aplicações na educação. O levantamento identifica o grau de viabilidade no uso das tecnologias vestíveis aplicáveis às diversas partes do corpo como a cabeça, o tronco e os membros, variando em termos de funcionalidades. No contexto da educação híbrida, as tecnologias vestíveis podem combinar aulas presenciais com atividades online. Dispositivos, como smartwatches e óculos de realidade virtual, podem ser usados desde monitoração de elementos que possam afetar o desempenho acadêmico, até novas formas de aprender. Dessa forma, compreende-se que as tecnologias vestíveis promovem um processo de ensino-aprendizagem mais autônomo e inclusivo no contexto da educação híbrida, comungando com as ações do Núcleo Educar.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 69. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra: 2021.
GÓMEZ, Ángel I. P. Educação na era digital: a escola educativa. Porto Alegre: Penso, 2015.
MANN, Steve; NIEDZVIECKI, Hal. Cyborg: Digital destiny and human possibility in the age of the wearable computer. Toronto: Doubleday Canada, 2001.
SANTAELLA, Lúcia. Humanos Hiper-Híbridos: Linguagens e cultura na segunda era da internet. São Paulo: Paulus, 2021.
SCHLEMMER, Eliane et al. (Orgs.). O habitar do ensinar e do aprender: Desafios para/na/da educação OnLife. São Leopoldo: Casa Leiria, 2022.
Comissão Organizadora
CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Francely Aparecida dos Santos
Pedro Aurélio Cardoso da Silva
Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Victória Lobo
Comissão Científica