O Concílio Vaticano II expandiu a execução musical na Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), promovendo uma maior participação dos fiéis leigos. No entanto, pesquisas apontam uma baixa inserção de músicos católicos em cursos de música oferecidos na cidade de Montes Claros, o que sugere que muitos dos músicos que atendem as demandas da ICAR se formam através de práticas informais. A partir disso, a presente pesquisa tem como objetivo geral investigar a formação musical dos músicos que atuam nas igrejas da Arquidiocese de Montes Claros. As pesquisas sobre educação musical e ICAR ainda são escassas e não foram encontrados trabalhos sobre a região. Dentro da literatura que embasa a nossa pesquisa, encontramos trabalhos que abordavam a educação musical dentro das igrejas (LORENZETTI, 2012; 2015; MEDEIROS, 2018; RECK; LOURO; RAPOSO, 2014; ZANANDREA, 2019); a formação musical de músicos católicos (DANERES, 2019; LORENZETTI, 2018; TSUBOUCHI; MAGALHÃES, 2016); a aprendizagem informal dentro das igrejas (LOURO ET AL., 2011) e um trabalho que versa sobre música e liturgia (CUNHA; CONTIERO, 2017). Trata-se de uma pesquisa quantitativa e exploratória, cujo método escolhido é o Survey e o instrumento de coleta de dados, o questionário auto administrado via internet. Na primeira etapa da pesquisa coletamos dados de músicos atuantes especificamente na cidade de Montes Claros e, na segunda etapa, em andamento, estamos coletando dados de músicos atuantes nas demais cidades da Arquidiocese. Como resultados parciais, observamos que a maioria dos músicos possuem entre 15 e 45 anos e são do sexo feminino. Em relação à formação musical, 49,23% afirmam ter passado pelo ensino fundamental do conservatório da cidade, 43,65% tiveram aulas particulares e 30% fizeram curso técnico em instrumento ou canto. Quando perguntamos sobre formação litúrgica, 47% dos participantes possuem formação básica nessa área, oferecida pela própria paróquia. A maioria dos músicos atua de forma voluntária na ICAR. Portanto, os primeiros resultados já apontam que a maioria dos músicos atuantes na ICAR da cidade atuam de maneira voluntária e possuem uma formação básica em música, provavelmente buscada para aprimorar a sua atuação como músico da igreja. Esperamos que esta pesquisa proponha reflexões para a área de educação musical, sobre a realidade atual deste contexto religioso que já tanto contribuiu para o ensino e aprendizagem da música.
Comissão Organizadora
CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Francely Aparecida dos Santos
Pedro Aurélio Cardoso da Silva
Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Victória Lobo
Comissão Científica