Nos últimos anos tem crescido os estudos sobre infância e raça na produção teórica educacional. Isso se deve a pesquisas em sua maioria, realizadas por mulheres negras e não negras que atuam na educação infantil como professoras, o que lhes estimula a dedicar-se nessa área ao se tornarem pesquisadoras. Observa-se cada vez mais a importância da autoestima e de outros fatores psicológicos na relação estabelecida entre alunos e professores e sua influência no processo de ensino aprendizagem. A maneira como a criança negra desenvolve sua identidade, principalmente no meio onde está inserida influencia sua autoestima e consequentemente sua maneira de se relacionar com o mundo. O objetivo deste trabalho foi abordar o papel do professor e sua prática pedagógica em relação ao preconceito e a inclusão diante da construção da autoestima de crianças negras. O referencial teórico apresentou além de algumas considerações sobre preconceito e racismo, o papel do professor e da escola diante da construção da identidade, bem como as consequências do preconceito no desenvolvimento de crianças negras. Este estudo é de cunho bibliográfico. Serão usados como base do presente texto os autores: Akotirene (2019); Ribeiro (2019); Gonzalez (2020); Munanga (2005); Gomes (2019) e outros. O estudo mostra a escola e o professor como condutores da formação da autoestima dos alunos, a partir de ações de conscientização para a valorização da igualdade racial como fator de fortalecimento das relações de convívio entre os grupos sociais. As práticas pedagógicas constituem em poderosas propagadoras de sentidos e significados que participam do processo de construção de identidades negras nas crianças, porém se as representações forem negativas tendem a potencializar o contrário. A prática pedagógica voltada para a valorização da diversidade pode ser um elemento essencial para romper preconceitos e contrubuir para uma educação que efetivamente seja igualitária. Os professores e escola tem um importante papel nesse sentido na construção de práticas de promoção de igualdade racial na sala de aula, aprendendo sobre a história da cultura africana e afro brasileira, não silenciando diante dos preconceitos e discriminações, implementando ações afirmativas voltadas para o povo negro, além de dialogar no ambiente escolar com os diversos grupos do movimento negro para a construção de políticas afirmativas que superem e rompam o mito da democracia racial. Dessa forma, tal estudo mostra-se como relevante por colocar a criança negra em lugar de destaque no ensino aprendizagem e pesquisa, e não em posição de inferioridade. Refletindo problemáticas que estão presentes na educação infantil quando se fala em relações étnico-raciais, cabendo à escola e educadores contribuir para a que a criança desenvolva o espírito de cooperação, senso crítico, autoestima e confiança.
Comissão Organizadora
CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Francely Aparecida dos Santos
Pedro Aurélio Cardoso da Silva
Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Victória Lobo
Comissão Científica