A LEITURA CRÍTICO-REFLEXIVA DE CHARGES NA ESCOLA: UMA PROPOSTA DE LETRAMENTO

  • Autor
  • Arlete Ribeiro Nepomuceno
  • Co-autores
  • Brenda Nayara Rodrigues Costa , Emanuel Teixeira da Silva
  • Resumo
  • Na era da informação e da intensificação da comunicação na sociedade globalizada, os alunos encontram-se cada vez mais expostos a gêneros que se constituem num eminente potencial de construções multissemióticas, com novas práticas de letramento, para os quais devem se preparar para o desenvolvimento da habilidade leitura crítico-reflexiva, como instrumento do exercício da cidadania, sendo dever da escola desenvolvê-lo. Nessa perspectiva, este trabalho, recorte do projeto de iniciação científica voluntária, intitulado A construção de sentidos no gênero charge no período pandêmico (edital PRP 7/2022), desenvolvido na Universidade Estadual de Montes Claros, objetiva, de modo geral, analisar, na verbo-visualidade de uma charge, os diferentes artefatos sígnicos, por meio de estratégias analíticas da Gramática Sistêmico-Funcional e da Gramática do Design Visual. De modo específico, procura evidenciar o modo como a charge é construída e a que propósito social esse gênero se presta, pois falta uma atenção ao tema humor, nem sempre ligado ao risível. Com o intuito de alcançar os objetivos propostos, realizou-se uma leitura crítica para a percepção da intencionalidade subjacente à linguagem híbrida do gênero em foco, publicado no meio digital, no contexto da Covid-19. Este estudo justifica-se porque, no processo de ensino-aprendizagem dos gêneros na escola, na construção de efeitos de sentido deles, o professor não pode relegar a segundo plano que todo texto é multimodal, contemplando diferentes modalidades discursivas, no qual nenhum modo semiótico pode ser visto isoladamente, e, sim, em interconexão. Metodologicamente, numa análise qualitativo-interpretativa, procedeu-se à interpretação a partir dos contextos de cultura e de situação, com o propósito desvendar a intencionalidade do chargista. No modo semiótico verbal, analisamos o contexto de cultura, com práticas culturais dos participantes na comunicação, e de situação, caracterizado pelo modo como as pessoas usam a linguagem, priorizando o campo (ações dos participantes) as relações (papéis deles na interação e valores construídos nas relações) e o modo (o papel da linguagem). Nas semioses visuais (significados representacionais), analisamos participantes representados por processos narrativos e conceituais. Nos significados interativos, descrevemos as semioses na relação interativa (olhar), que caracterizará o contexto de situação e cultura. Além disso, analisamos as intersemioses, com a denúncia de um problema social, para suscitar reflexão e criticidade dos alunos. Como resultados, pretendemos despertar a consciência crítica dos alunos, para (re)conhecer como a linguagem funciona, interpretar recursos sígnicos a que são submetidos, deixando-se ou não influenciar, de forma consciente, percebendo as imagens para além de meras ilustrações nas charges.

  • Palavras-chave
  • Semiótica Social, Charge
  • Área Temática
  • Alfabetização e letramento.
Voltar Download
  • Instituições educacionais, inserção social e democracia.
  • Alfabetização e letramento.
  • Educação popular, povos tradicionais e as pedagogias decoloniais.
  • Educação matemática
  • Educação e tecnologias
  • Educação de pessoas jovens e adultas.
  • Educação do campo.
  • Educação inclusiva.
  • Formação de professores.
  • Políticas públicas, gestão da educação e currículo.
  • Saberes e práticas docentes.

Comissão Organizadora

CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Francely Aparecida dos Santos
Pedro Aurélio Cardoso da Silva
Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Victória Lobo

Comissão Científica