O CURRÍCULO DO NOVO ENSINO MÉDIO NA REDE ESTADUAL DE MINAS GERAIS: INTERDISCIPLINARIDADE E REFORMA

  • Autor
  • Lucas Souza Azevedo
  • Co-autores
  • Leonardo Marques Soares , Katia Regina de Sá
  • Resumo
  • As diretrizes apresentadas no Currículo Referência do Ensino Médio (CREM), parte integrante do Currículo Referência de Minas Gerais (CRMG), orientam a construção de projetos pedagógicos referenciados na interdisciplinaridade, impondo a necessidade de maior aproximação entre os componentes curriculares que compõem as diferentes áreas do conhecimento. As novas normativas presumem mudanças nos arranjos curriculares que afetam o trabalho docente e os processos de ensino e aprendizagem das escolas da rede estadual. Com o intuito de acompanhar o processo de reorganização curricular em curso, o objetivo da pesquisa é investigar as estratégias empregadas na efetivação da interdisciplinaridade expressa no CREM e suas correspondências com a Lei nº 13.415/17 e com a BNCC. As normativas que estabelecem a organização curricular e os direitos de aprendizagem, para todos os estudantes do Ensino Médio, tratam de uma temática muito relevante - o currículo e destacam a interdisciplinaridade como uma ferramenta para a efetivação do trabalho docente. Portanto, os pressupostos teóricos desta pesquisa se fundamentam nos estudos sobre currículo (LOPES; MACEDO, 2011; MOREIRA; CANDAU, 2007; SACRISTÁN, 2013) e sobre interdisciplinaridade (CHARRET; FERREIRA, 2019; COELHO; SOUZA, 2019; PEREZ, 2018). A metodologia se concentra na análise documental das prescrições contidas no CREM, na análise de entrevistas realizadas com integrantes da equipe de elaborou o CRMG e na análise de formulários eletrônicos enviados à diretores de 13 escolas estaduais de Minas Gerais, com o objetivo de identificar e investigar os arranjos curriculares e os projetos integradores promotores da interdisciplinaridade. O delineamento da pesquisa e o planejamento para tratamento dos dados coletados estão fundamentados nos pressupostos teórico-metodológicos propostos por Flick (2009), Silva e Pádua (2010), Tripp (2005) e Cellard (2012). Os resultados parciais indicam que o texto do CREM reconhece a existência de diferentes termos nos documentos da educação escolar para abordar a integração curricular, contudo, o documento é confuso e esboça a defesa de uma série de concepções pedagógicas/educacionais que não, necessariamente, são sinônimas e, em alguns casos, não dialogam entre si. Ao invés de ajudar no esclarecimento do que se espera do trabalho docente, em termos de coletividade, cria-se mais dúvidas conceituais sobre aquilo que precisa ser feito na escola a partir de um novo currículo (CRUVINEL, 2023). O CREM denota uma tentativa de conciliar os interesses do mercado de trabalho à prescrição curricular, deixando de lado aspectos importantes do processo de desenvolvimento da cognição, subjetividade, autonomia e consciência crítica dos estudantes,  alinhando-se à pedagogia das competências (SILVA, 2018) e aos pressupostos expressos na Lei 13.415/17 e na BNCC. Os dados provenientes das entrevistas e do formulário eletrônico enviado às escolas estão sendo analisados e posteriormente serão incorporados aos resultados da pesquisa. Esta pesquisa conta com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).


     

  • Palavras-chave
  • currículo, ensino médio, interdisciplinaridade
  • Área Temática
  • Políticas públicas, gestão da educação e currículo.
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