NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS (DCNS) PARA A FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO: ELEMENTOS INOVADORES?

  • Autor
  • ROSANA CASSIA RODRIGUES ANDRADE
  • Resumo
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    O presente estudo tem como objetivo compreender o que as novas diretrizes trazem de novo para a formação dos profissionais do magistério da educação básica ,analisando quais as novas possibilidades de organização dos cursos de formação de professores e que desafios continuam na agenda de debates. Refletindo acerca do que preconizam as diretrizes curriculares nacionais para a formação dos profissionais do magistério da educação básica, a Resolução Nº 2, de 1º de julho de 2015  e a Resolução CNE/CP Nº 2, de 20 de dezembro de 2019 . O processo de construção da DCN/2015 foi objeto de discussões e debates por mais de uma década no CNE, Na contra mão desse coletivo de discussões e sancionada a Resolução CNE/CP Nº 2, de 20 de dezembro de 2019 que vem adotar como única orientação e possibilidade de formação os pressupostos subjacentes a BNCC. Considera-se que centrar a formação de professores somente na BNCC mostra   a extensão do controle sobre a formação inicial dos professores, sobre os conteúdos e percursos formativos dos cursos de licenciatura,  retoma a proposição de currículos organizados por competências e  habilidades sócio emocionais obrigatórias para os futuros professores da educação básica.  retorno a uma concepção de formação continuada de caráter técnico -instrumental, reduzindo o professor a um “prático”, que circunscreve sua formação contínua “alinhada” exclusivamente à BNCC. Segundo as críticas, trata-se de um retrocesso em relação às conquistas vinculadas ao conjunto de mudanças empreendidas pelas diretrizes anteriores (SILVA, 2020; BAZZO, SCHEIBE, 2019). Assim, essa questão constitui um reducionismo na história da educação nacional, principalmente porque não prevê um perfil profissional voltado para o desenvolvimento de sua autonomia com capacidade de tomar decisões e dar respostas aos desafios que encontra na escola. ressalta-se que por trás do discurso do aprender a aprender, a pedagogia das competências tem servido para camuflar as contradições estruturais de uma prática pedagógica neoliberal, procurando manter intactas as regras instituídas de um sistema escolar exclusivista e excludente. (PRADO-2009).Desse modo, a primeira parte do texto é dedicada à contextualização de algumas das principais mudanças pelas quais passou a formação de professores, a partir das DCNs /2015. A segunda, indica alguns dos aspectos introduzidos acerca da política de formação de professores, a partir das novas diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial e continuada dos profissionais DCNs 02/2019. E à guisa de considerações finais, tecemos proposições para se repensar o compromisso do Estado, das Instituições Formadoras e da escola. considerando que a formação do profissional docente deve ser pensada para além dos documentos definidores de suas diretrizes legais. É preciso pensar em um profissional que vai atuar dentro de um determinado contexto sócio histórico e que poderá construir a sua prática na realidade da sala de aula. É preciso pensar, ainda, em questões relativas às identidades pessoais envolvidas na formação profissional e na relação que estas identidades vão estabelecer com a formação da identidade profissional desse professor. Avanços e retrocessos têm demarcado a trajetória dos cursos de formação do profissional do magistério da educação básica. A descontinuidade deste processo sinaliza a interferência de fatores, tanto de natureza política, quanto de natureza cultural. Dentre eles podemos destacar a ausência de uma política de estado, que manifeste compromisso em garantir a necessária formação docente com a qualidade que demanda a sociedade contemporânea, a luta pela garantia de um padrão de qualidade social na formação dos profissionais do magistério deve ser alvo a ser perseguido e deve contar com a interlocução entre as instâncias formadoras e as secretarias de educação, visando desenvolver ações articuladas em prol da defesa da qualidade na formação inicial e continuada dos profissionais da educação. Assim, a definição de políticas que se voltem para a formação dos profissionais do magistério passa pela garantia de padrão de qualidade a ser efetivada por meio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e pela valorização profissional, devendo ser assumida em regime de colaboração pelos entes federados nos respectivos sistemas de ensino.

     

  • Palavras-chave
  • : Política de formação de professores, Formação inicial, Formação continuada
  • Área Temática
  • Formação de professores.
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