RESUMO- Em função de ideais e concepções gestadas nos séculos anteriores, durante o século XIX e as primeiras décadas do século XX, em todo o mundo, foram disseminadas representações diversas em torno da instrução, da educação e da alfabetização. Nesse contexto, o Brasil colocou a alfabetização como uma preocupação nacional e um problema merecedor da atenção daqueles pudessem contribuir para extirpar a mácula que significava a presença maciça dos analfabetos. Em especial os governos, os órgãos da imprensa e os intelectuais assumiram essa bandeira de luta, visando reverter o estado de analfabetismo da população. Diante deste campo de investigação são inúmeras as questões que se colocam visando esclarecer e revelar a história da alfabetização, como também, quais e como eram os modos de leitura e escrita, bem como o que significava ter como ofício ser mulher alfabetizadora e negra se encontra em consonância com o seguinte. Ao considerar os valores e a perspectiva de reprodução social contida na vigente sociedade capitalista, que deslegitima e fragmenta o sentido ontológico do trabalho (enquanto atividade humana criativa), a educação tende a reproduzir ideários utilitaristas, individualistas, mercantis e de segregação. Se se considera que, para muitos, nem todas as pessoas precisam acessar níveis mais elevados de escolarização, por exemplo, por considerar que a dimensão do trabalho assalariado (emprego) pode-se valorar a institucionalização de certos tipos de ensino-aprendizagem. Numa sociedade dual, de classes, a formação e processos de escolarização tendem a ser diferenciados, dependendo do público que o acessará. As políticas educacionais para jovens e adultos no Brasil já partem de determinadas demandas concretas: algumas pessoas não puderam e/ou não conseguiram finalizar seus estudos, no tempo previsto, por inúmeros fatores. Dentre estes se destacam os socioeconômicos e culturais, muitas vezes imperativos, capazes de influenciar “escolhas” e decisões, como de conclusão de um processo formal de ensino.
Comissão Organizadora
CLÁUDIA APARECIDA FERREIRA MACHADO
Francely Aparecida dos Santos
Pedro Aurélio Cardoso da Silva
Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Victória Lobo
Comissão Científica