ENTRE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS PRESENCIAIS E NÃO PRESENCIAIS NO ENSINO MÉDIO INTEGRADO: PRÁTICAS CURRICULARES DO CONTEXTO PANDÊMICO

  • Autor
  • Tatiane das Graças da Silva
  • Co-autores
  • Danielle Piontkovsky
  • Resumo
  • Resumo

    A proposta de estudo surge do interesse em investigar um evento recente ocorrido em todo o contexto educacional: o ensino remoto no período de isolamento social da pandemia da Covid-19. O lócus da pesquisa foi o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), campus Ibatiba e o estudo abarcou o movimento de implementação das atividades pedagógicas não presenciais (APNPs) na instituição, em período de aulas remotas. Nosso trabalho investigou a implementação dessas práticas com ênfase nas perspectivas da integração curricular e da formação humana integral, como destacou as conexões entre as tecnologias digitais utilizadas e o currículo integrado no contexto dos cursos  de Ensino Médio Integrado (EMI). 

    Palavras-chave: APNPs. EMI. Tecnologias Digitais.

    Introdução

    Assim como as demais modalidades de ensino, a EPT sobreviveu ao verdadeiro “terremoto” que significou a pandemia da Covid 19. Nosso estudo consistiu, portanto, na investigação das práticas curriculares produzidas nesse período em que o Ifes campus Ibatiba adotou a estratégia de ensino remoto, nos anos letivos de 2020 e 2021. Problematizamos a implementação dessas práticas com ênfase nas perspectivas da integração curricular e da formação humana integral, destacando as conexões entre as tecnologias digitais utilizadas e o currículo integrado no contexto dos cursos de EMI.

    Justificativa e problema da pesquisa

    Analisando o caso dos cursos de EMI do Ifes, os quais têm sua estrutura organizada de maneira totalmente presencial, observamos uma brusca transição do ensino presencial para o ensino remoto ofertado por meios das APNPs. O movimento de transição causou grande impacto na vida dos envolvidos.  A partir desse pressuposto, vimos a necessidade de estudar a problemática.

    Objetivos da pesquisa

    O principal objetivo foi investigar a implementação das APNPs nos cursos de EMI, bem como identificar e discutir sobre as tecnologias digitais mais utilizadas nesse período.

    Referencial teórico que fundamenta a pesquisa

    Dialogamos com alguns autores considerados referência nos estudos em EPT no Brasil, como Marise Ramos (2005), Maria Ciavatta (2005) e Gaudêncio Frigotto (2005); e ainda, considerando que um dos objetivos da pesquisa foi discutir o uso das tecnologias nas APNPs como instrumento de inovação no processo de ensino e aprendizagem nos cursos de EMI, dialogamos também com autores que têm recentemente publicado trabalhos sobre a tecnologia no contexto escolar, com destaque José Moran (2015) e Lilian Bacich (2015).

    Procedimentos metodológicos

    A abordagem utilizada na pesquisa foi de natureza qualitativa, de caráter exploratório e com ênfase na pesquisa com os cotidianos. Os dados foram produzidos por meio de aproximações do cotidiano escolar, com a utilização de instrumentos de pesquisa como entrevistas semiestruturadas e análise documental. A primeira etapa da produção de dados compreendeu um levantamento documental de toda a regulamentação das APNPs no Ifes. Já na segunda, ouvimos docentes e profissionais da estrutura administrativa/pedagógica, buscando o compartilhamento de experiências com foco no período pandêmico e no uso das tecnologias digitais mais utilizadas.

    Análise dos dados e resultados finais da pesquisa

    Na primeira etapa, ao imergimos no período pandêmico, percebemos como o Ifes se desdobrou para lidar com a pandemia e percebemos como todo aquele processo era constantemente imprevisível, pois as orientações normativas eram revistas e alteradas de acordo a situação pandêmica e com o feedback das partes envolvidas. Gestores do Ifes geriram de forma muito cautelosa o período das APNPS, sempre seguindo as orientações da OMS e garantindo a aprendizagem dos alunos por meio de políticas assistencialistas para o acesso à internet. Na segunda etapa, entrevistamos trinta docentes, um pedagogo e um profissional da Pró-Reitoria de Ensino do Ifes. Além das entrevistas, pudemos mergulhar no cotidiano escolar daquela época através de um estudo das salas dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), estruturadas no Moodle na época do ensino remoto. Conseguimos reviver e problematizar junto aos sujeitos da pesquisa todo o processo de implementação das APNPs. Construímos também um produto educacional na forma de curso de formação para professores intitulado "Tecnologias Digitais Aplicadas ao Ensino Médio Integrado”.

    Relação do objeto de estudo com a pesquisa em Educação e Grupo de Trabalho do COPED

    Acreditamos que nosso trabalho dialoga bastante com o COPED. Considerando que um dos objetivos do congresso é intercambiar experiências entre professores, graduandos e estudantes da educação básica, visando à socialização de conhecimentos, estudos e pesquisas; conseguimos estabelecer uma forte relação entre nosso estudo e o congresso.

    Considerações finais

    Indubitavelmente a pandemia foi um marco histórico. Ainda vivemos os resquícios do longo período de isolamento social. Pudemos perceber em nossa pesquisa que muitos alunos apresentam déficits de aprendizagem e muitos docentes carregam traumas acumulados pelas aulas remotas. Mas por outra perspectiva, observamos o salto tecnológico que tivemos com a pandemia. Nosso trabalho nos mostrou que todos os docentes são capazes de inovar suas metodologias e que hoje nos encontramos em outro estágio da vida profissional, a versão pós-pandemia, pois nunca mais nada será como antes.

    Referências

    BACICH, Lilian. NETO, Adolfo Tanzi. TREVISANI, Fernando de Mello (orgs.). Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação. Porto Alegre: PENSO, 2015.

    FRIGOTTO, Gaudêncio. CIAVATTA, Maria. RAMOS, Marise (orgs.). Ensino Médio Integrado: Concepções e contradições. São Paulo: Cortez, 2005.

     

    MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. 2. ed. Campinas: Papirus, 2007

  • Palavras-chave
  • Atividades Pedagógicas não Presenciais. Ensino Médio Integrado. Tecnologias Digitais.
  • Área Temática
  • Educação e tecnologias
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