Paulo Freire na Formação de Professores(as)

  • Autor
  • Karen Garcia da Silva
  • Co-autores
  • Ricardo Brasileiro de Matos
  • Resumo
  • PAULO FREIRE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES (AS)

    Introdução

    O presente trabalho relata a experiência vivenciada em uma disciplina de Mestrado em Educação denominada “Tópicos Especiais em Saberes e Prática Educativas: Paulo Freire na Formação de Professores”.

    Evidenciamos na prática da professora, aspectos relevantes como a dialogicidade, a reflexão, a autonomia e a conscientização, constituindo-se dessa forma, importante referência para a práxis docente na perspectiva freireana.

    A principal referência teórica para este relato é o conceito de práxis e a obra Pedagogia da Autonomia escrita por Paulo Freire e publicada em 1996.

    De acordo com o Dicionário Paulo Freire, a práxis:

     

    Trata-se de um conceito básico que perpassa toda a obra de Paulo Freire. É indissociável do pensamento, da análise e da compreensão do papel da educação na sua globalidade. Está intimamente ligado aos conceitos de dialogicidade, ação-reflexão, autonomia, educação libertadora, docência. (ROSSATO, 2010, p.574)

     

    A práxis é o eixo estruturante, fio condutor, por meio dela é possível promover o movimento dialético entre a teoria e a prática através da “ação – reflexão – ação”, essencial ao exercício da docência. Pois a teoria e a prática não podem se dissociar. É no exercício da práxis autêntica que fazemos a intervenção no mundo.

     

    Vivenciando a práxis freireana

    As aulas desta disciplina formaram um espaço de posicionamento crítico, escuta atenta e respeito às vivências dos (as) estudantes de forma dialógica, materializando desta forma o saber ensinar exige respeito aos saberes dos educandos. Nesse contexto, Paulo Freire (2021, p.32) ressalta a importância de “discutir com os alunos a realidade concreta” e as implicações políticas e ideológicas dos dominantes.

    O saber ensinar exige consciência do inacabamento foi evidenciado na práxis da professora, por meio de sua ousadia ao adaptar as aulas à turma, uma “aventureira” responsável, disposta à mudança e à aceitação do diferente (FREIRE, 2021, p.49), sem reproduzir fórmulas e estratégias pré-concebidas, sempre fundamentada pela rigorosidade metódica e a pesquisa, saberes igualmente necessários à prática educativa.

    Nesta perspectiva, a professora corporificou a práxis freireana, promovendo um autêntico espaço de ação e reflexão.

    As aulas provocavam os (as) alunos (as) a acreditarem no ser humano, a compreender o potencial transformador em cada sujeito e realidade. Esse posicionamento nos remete ao saber ensinar exige a convicção de que a mudança é possível (FREIRE, 2021, p.74).

    Em uma disciplina voltada para a formação docente, pautada no referencial freireano este é um saber fundamental, pois é essencial saber “Em favor de que estudo? Em favor de quem? Contra que estudo? Contra quem estudo?” (FREIRE, 2021, p.75)

    A denúncia e o anúncio sempre estiveram presentes nos diálogos das aulas, nos encorajando à mudança, à não aceitação da realidade imposta. Sobre isso, Freire afirma que “A mudança do mundo implica a dialetização entre a denúncia da situação desumanizante e o anúncio de sua superação, no fundo, o nosso sonho” (2021, p.77). Pois não basta a crítica e a rebeldia, é preciso a ação para provocar a transformação.

     

    Considerações finais

    De forma geral, as aulas foram permeadas pelo diálogo, criticidade, problematizações, exercício da democracia e criatividade.

    O estudo da obra Pedagogia da Autonomia e a disciplina permitiram vislumbrar a importância de estudar e compreender o pensamento de Paulo Freire como contribuição para a formação docente. Sua visão e ações no campo político, social e educacional são essenciais para que os (as) professores (as) sejam verdadeiros (as) agentes de transformação social.

     

     

  • Palavras-chave
  • Formação de professores(as), Paulo Freire, Práxis
  • Área Temática
  • Formação de professores.
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