Projeto de Extensão Acadêmica: contribuições de uma práxis democrática na escola

  • Autor
  • Josiana Veloso Fonseca
  • Co-autores
  • Isabella Maria Ramos Macedo
  • Resumo
  • Resumo – Relato de Experiência

    Contextualização e justificativa da prática desenvolvida

    O presente trabalho apresenta o relato de experiência de práticas de extensão acadêmica (PEA) dos alunos do 2º do Curso de Psicologia do Centro Universitário FIPMoc na cidade de Montes Claros - MG, realizado em uma escola de rede pública municipal. A escola é uma parte constituinte do território vivo, nela são vivenciadas relações que se estendem aos muros escolares. Logo, se constitui como importante lócus para os objetivos do desenvolvimento sustentável (OD), com destaque para a educação de qualidade, e a redução das desigualdades. Por esses norteadores, esta experiência justifica-se por fortalecer o processo educativo acadêmico para uma práxis da Psicologia que leve em conta demandas sócio-históricas. Além de fortalecer o compromisso ético-político e contribuir para promoção da interação a comunidade escolar.

    Problema norteador e objetivos

    A curricularização da extensão na graduação é recente e, no curso de psicologia, tem se apresentado como uma importante ferramenta para a dezeletizaçao da formação, mais adequada e contextualizada às demandas atuais, com vistas à defesa da democracia e da inclusão social. A experiência da PEA contribuiu para o fazer de uma psicologia “com os pés no chão”, dialógico, sem sobreposição de saberes, reconhecendo diferenças, numa comunicação horizontal não extensionista, com construção de demandas concretas. Este relato objetiva comunicar a experiência vivida pelos alunos do 2º período de psicologia em uma instituição de ensino público, localizada em um território com vulnerabilidades sociais. 

    Procedimentos e/ou estratégias metodológicas

    Foram realizadas visitas à escola com embasamento na pesquisa-ação (1986) para a construção de Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) com os membros da comunidade escolar, definindo o público-alvo e o planejamento das ações de modo coletivo. Identificadas as demandas, verificou-se a importância de realizar intervenção para o fortalecimento de vínculo e promoção da interação entre a comunidade escolar. Assim, as atividades realizadas foram; roda de conversa, jogos de interação, oficinas de música, artes e dança, sendo os temas sugeridos pelos alunos. As atividades ocorreram durante o segundo semestre de 2022.

    Fundamentação teórica que sustentou/sustenta a prática desenvolvida

    O aporte teórico centrou-se nos autores Paulo Freire (2002), Silvia Lane (1984, 2007) e Bader Sawaia (2001). Para Paulo Freire (p. 36, 2002), toda comunicação educativa necessita da existência de sujeitos onde a vida se dá. Sendo assim, o projeto foi orientado por uma práxis, pois sujeitos enquanto ensinam, aprendem; outros enquanto aprendem, ensinam. Logo, o “quefazer” da psicologia na extensão precisa adequar seu saber para a construção de demandas contemporâneas, possibilitar reflexões e enfrentamentos aos problemas sociais atuais.

    Resultados da prática 

    O PE teve ampla adesão da comunidade escolar. Assim, foi possível verificar melhoria no relacionamento e interação entre os grupos. Além disso, houve envolvimento de moradores do bairro nas atividades e os discentes do Curso de Psicologia puderam experimentar ações da psicologia em seus aspectos históricos, sociais e culturais com mais criticidade sobre a importância da atuação de um profissional na escola.

    Relevância social da experiência para o contexto/público destinado e para a educação e relações com o Grupo de Trabalho do COPED

    O PE se deu de forma participativa favorecendo uma intervenção democrática. Sendo possível, verificar uma melhoria do relacionamento e interação entre alunos e professores, fortalecendo os vínculos e contribuindo para maior entendimento dos discentes de Psicologia em relação ao compromisso social da atuação profissional e da práxis da psicologia comunitária.

    Considerações finais

    A curricularização da extensão impulsiona e favorece uma práxis educativa na construção de demandas contemporâneas e ações de enfrentamento aos problemas sociais, levando em conta demandas sócio-históricas para formação de uma sociedade democrática.

    Referências

    FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 7ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1983.  Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

    LANE, S. T. M. Histórico e fundamentos da psicologia comunitária no Brasil. In R. H. F. Campos (Org.) Psicologia Comunitária: da solidariedade à autonomia. 13. ed. Petrópolis, RJ, 2007. p. 17-34. 

    NE, S. T. M. A Psicologia social e uma nova concepção de homem para a Psicologia. In: LANE, S.T.M.; CODO, W. (Orgs.). Psicologia social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 1984.

    THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 2° Edição. São Paulo, SP: Editora Autores Associados, 1986.

  • Palavras-chave
  • Educação democrática, Psicologia Comunitária, Projeto de Extensão
  • Área Temática
  • Instituições educacionais, inserção social e democracia.
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