BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A GEOGRAFIA DA INFÂNCIA

  • Autor
  • Vanessa Tamiris Rodrigues Rocha
  • Co-autores
  • Lucas Matheus Araujo Bicalho , Rahyan de Carvalho Alves
  • Resumo
  • Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o campo de estudos denominado Geografia da Infância. Isto por meio de revisão bibliográfica, com base nos estudos de Lynch (1960), Piaget e Inhelder (1993) e Lopes (2008). A década de 1970 marca o início das discussões sobre as crianças e suas espacialidades, sob forte influência da Geografia Humanista. Esta almeja compreender a percepção e a representação do espaço pelos indivíduos. Os pesquisadores da Geografia da Infância buscam entender como a criança se relaciona e se apropria do espaço geográfico, por suas ações e ocupações nos lugares, transformados a partir do ato do brincar. O conceito de lugar, seu uso e apropriação por parte das crianças ganha notoriedade nessa corrente geográfica e na própria Geografia da Infância. Sendo que, o lugar, pode ser entendido pelas relações afetivas que as pessoas estabelecem com o espaço (Topofilia), remete à identidade (social e cultural). Dentre os estudiosos que repercutiram na temática, Piaget e Inhelder (1993), fizeram considerações sobre as relações que as crianças estabelecem com seus espaços, conhecidos como próximos e distantes, e como estes são concebidos e representados. Elaboraram uma série de etapas contínuas pelas quais os indivíduos percorrem no desenvolvimento da noção espacial. As relações topológicas são as mais elementares, logo são as primeiras que a criança constrói (relações de vizinhança – perto e longe), (separação - percepção de que os objetos ocupam lugares distintos no espaço), (ordem - sucessão) e (fechamento - noção de interior e exterior). As relações projetivas são aquelas definidas sob o ponto de vista do observador (direita/esquerda). E, as relações euclidianas ou métricas são aquelas baseadas nas noções de eixos e de coordenadas (pontos fora do observador). As relações topológicas e projetivas, por exemplo, são construídas pela criança no sentido de se situar no espaço e se relacionar com o meio, possibilitando maior segurança em seus deslocamentos. Outro pesquisador de destaque, Lynch (1960), denota que a configuração urbana percebida pelas pessoas que nela habitam e transitam se constitui de forma gradativa, sendo o tempo essencial neste processo – marcado pelas experiências e histórias individuais. Assim, os estudos da Geografia da Infância emergem com interfaces nos postulados apresentados acima, por onde se entrelaçam outras questões (gênero, idade e condição econômica) (LOPES, 2008). Isto posto, como é nítida sua pouca inserção nos estudos acadêmicos brasileiros, atualmente, é fundamental a produção de pesquisas voltadas a esta temática, onde coloca-se a criança como protagonista da formação da sociedade.

     

     

  • Palavras-chave
  • Geografia da Infância; Geografia Humanista; Lugar.
  • Área Temática
  • Infâncias e Educação Infantil
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