Para ensinar idiomas, não basta ensinar apenas gramática. É necessário considerar todas as habilidades que envolvem o estudo idiomático, como a escuta, fala, leitura e escrita (Burns; Siegel, 2018). Diante disso, problematiza-se o ensino que prioriza apenas uma dessas áreas. A presente pesquisa é justificada pensando em oferecer uma alternativa de tópico para a aula, com um modo criativo de utilizar ferramentas que o professor tem ao seu dispor, com um recorte intencional de uma parte de um filme, que tenha ligação com o tema central proposto para a aula. O objetivo deste estudo é apresentar uma proposta de modelo para o uso de filmes no ensino de idiomas. Toma-se aqui, como exemplo, o uso de um filme em inglês, a fim de reforçar a prática das quatro habilidades mencionadas acima. Considerando o filme Spiderhead (Cabeça de aranha) (2022), especificamente a primeira cena, que vai aproximadamente dos 18 segundos até 1 minuto e 21 segundos, o espectador se depara com o protagonista, interpretado por Chris Hemsworth, o qual traz perguntas com trocadilhos linguísticos para outro personagem. Como exemplo para desenvolver diferentes habilidades do aprendizado, é útil considerar aqui a primeira charada, a saber, What was the ghost’s favorite fruit? (Qual era a fruta favorita do fantasma?). A resposta, Boo-berry, é um trocadilho com a similaridade e sonoridade do termo blueberry (mirtilo). Diante de cada charada, o professor pode pedir aos alunos para: a. escreverem o que ouviram (habilidades da escrita e escuta); b. lerem em voz alta a referida charada, a qual o/a professor/a escreve no quadro (habilidades da fala e escrita) e os alunos conferem o quanto acertaram do exercício. Com exercícios audiovisuais desse tipo, aliados ao ensino gramatical, é possível dar um passo além de modelos monolíticos. Isso é corroborado por estudos que declaram que seres humanos não aprendem apenas de um modo, ou seja, existem diversos tipos de aprendizado (Allen; Scheve; Nieter, 2011), além da possibilidade de aproveitamento de aprendizado maior com o uso de diversos sentidos humanos. A partir da pirâmide de William Glasser, por exemplo, é possível concluir que, de modo geral, humanos aprendem mais vendo e sendo ativos, do que só ouvindo e ficando na passiva (Glasser, 1969). Por isso a relevância do produto visual e do engajamento ativo do aluno no aprendizado (Oliveira e Paiva, 2005) e o desafio para que professores tragam para suas aulas diferentes modos e ferramentas de ensino.
Comissão Organizadora
XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
Comissão Científica
Comissão Organizadora do XV COPED
Profa. Dra. Francely Aparecida dos Santos
Prof. Dr. Heiberle Hirsgberg Horácio
Prof. Dr. Lailson dos Reis Pereira
Prof. Dr. Leando Luciano Silva Ravnjak
Profa. Dra. Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Profa. Dra. Úrsula Adelaide de Lélis
Profa. Dra. Viviane Bernadeth Gandra Brandão
Profa. Dra. Zilmar Gonçalves Santos
Realização
Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE)
Departamento de Métodos e Técnicas Educacionais (DMTE)
Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
Financiamento
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG)