Lúcia Miguel Pereira é um importante nome no campo das letras brasileiras. Atuou, até meados do século XX, com intensa produção crítica e historiográfica da literatura, bem como escrevendo textos de ficção. A proposta ficcionista foi pouco estudada e difundida pelos críticos e leitores de literatura, aspecto que tem motivado a revisitação desse legado da autora. Composto pelos romances Maria Luísa, Em surdina, Amanhecer e Cabra-cega, narrativas que refletem sobre a condição social da mulher, materializados pela introspecção e pelo teor psicológico, e pelos contos A fada menina, Maria e seus bonecos, Na floresta mágica e A filha do Rio Verde, a prosa de ficção da autora apresenta um olhar voltado para a o lugar da mulher, desde a educação infantil à vida adulta. Porém, ainda que esse acervo ficcional seja destinado, aparentemente, a públicos distintos, em seus textos críticos, Lúcia Miguel (1994) se posiciona na direção de que não há uma literatura para crianças, mas que elas são atraídas por textos que lhes provoquem encantamento. Nesse sentido, o presente texto procura apresentar e discutir esse posicionamento da autora, já nos primeiros anos do século XX, frente a sua escrita crítica e de ficção, bem como demonstrar algumas contradições desse seu posicionamento sobre a tradição da literatura infantil. Assim, essa pesquisa traz como objeto de investigação esses livros que são totalmente desconhecidos e em que, neles, a escritora materializa seu ponto de vista acerca da literatura para crianças, evidente em seus artigos de jornais e de revistas, ao mesmo tempo em que empreende, através de memórias, o lugar da educação e das brincadeiras infantis para a criação da menina/mulher. Segundo o crítico Antonio Candido (2005), Lúcia Miguel sempre se preocupou com o papel ocupado pelo gênero feminino no âmbito da sociedade.Para essa reflexão, apoiar-nos-emos nos textos publicados pela autora em jornais e revistas das décadas de 30 até os anos 50, em estudos críticos e teóricos sobre a história da literatura infantil de autores como Bruno Bettelheim (1980), Nelly Novaes Coelho (2000), dentre outros.
Comissão Organizadora
XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
Comissão Científica
Comissão Organizadora do XV COPED
Profa. Dra. Francely Aparecida dos Santos
Prof. Dr. Heiberle Hirsgberg Horácio
Prof. Dr. Lailson dos Reis Pereira
Prof. Dr. Leando Luciano Silva Ravnjak
Profa. Dra. Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Profa. Dra. Úrsula Adelaide de Lélis
Profa. Dra. Viviane Bernadeth Gandra Brandão
Profa. Dra. Zilmar Gonçalves Santos
Realização
Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE)
Departamento de Métodos e Técnicas Educacionais (DMTE)
Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
Financiamento
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG)