Este trabalho se justifica em virtude dos estudos realizados em sala de aula no 3º período do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a necessidade de se entender com mais clareza a importância de espaços urbanos naturais para a interação das crianças. O mesmo se conecta ao eixo temático infâncias e educação infantil uma vez que a problemática norteadora visou a compreensão de como os estímulos sensoriais, em um espaço natural urbano, podem afetar a percepção das crianças. O objetivo foi identificar os estímulos sensoriais presentes no espaço, os materiais disponíveis e as experiências vivenciadas. Este estudo foi desenvolvido no decorrer do mês de abril de 2024. Algumas estratégias metodológicas foram leituras, estudos em sala e debates como parte da pesquisa bibliográfica. No trabalho de campo, realizado no Parque Municipal Milton Prates de Montes Claros/MG, empregamos a observação, registros fotográficos e escritos e discussão em grupo para analisar e interpretar as descobertas.
Moura (2007) afirma que cada indivíduo desde a infância constrói a sua identidade por meio de suas percepções, experiências e sensibilidade, posicionando-se como ser social, e que o corpo humano, através dos sentidos, permite aprimorar a percepção de mundo, em que a cada imaginação, uma nova experiência é vivida. Louv (2016, p.76) pontua “[...] onde existimos, onde nosso cotidiano real está estabelecido [...], a imagem, a sensação, o cheiro, e os sons de uma paisagem cercam o indivíduo desde o começo da vida”. Com base nesses autores, reconhece-se que o espaço geográfico com elementos naturais e modificados pelo homem, ou os artificiais podem aguçar os sentidos das crianças.
Sendo assim, ao visitar o Parque Municipal Milton Prates, como resultados da prática foi possível observar a presença de muitas crianças no ambiente acompanhadas de algum adulto. O Parque contempla expressiva presença da natureza, que propicia a estimulação dos sentidos e sensações. O toque da brisa sobre a pele que é percebida através das terminações nervosas corporais, ativam o sentido do tato e proporcionam sensação de frescor, suavidade e movimento. A brisa carrega consigo outros estímulos sensoriais, como o cheiro de flores e o som das folhas que estimulam o olfato e a audição. O cantar dos pássaros aguça a audição. As cores das flores, das árvores e o solo com diversas ondulações estimulam a visão. A textura da grama, das pedras, dos troncos de plantas, a areia estimula o campo sensorial tátil. Observamos também que a comercialização de alimentos como algodão doce e pipocas são recursos que estimulam os sentidos tanto paliativos, quanto olfativos e a presença de brinquedos despertam o interesse geral das crianças, sobretudo, pelo estímulo visual.
Consideramos que este relato destaca a importância dos espaços urbanos naturais, pois ao explorar esses ambientes ricos em estímulos sensoriais, as crianças têm a oportunidade de vivenciar experiências significativas que contribuem para a ampliação da sua percepção de mundo e proporcionam intensa exploração e interação entre elas, aspectos que são fundamentais para a formação integral das crianças.
Comissão Organizadora
XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
Comissão Científica
Comissão Organizadora do XV COPED
Profa. Dra. Francely Aparecida dos Santos
Prof. Dr. Heiberle Hirsgberg Horácio
Prof. Dr. Lailson dos Reis Pereira
Prof. Dr. Leando Luciano Silva Ravnjak
Profa. Dra. Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Profa. Dra. Úrsula Adelaide de Lélis
Profa. Dra. Viviane Bernadeth Gandra Brandão
Profa. Dra. Zilmar Gonçalves Santos
Realização
Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE)
Departamento de Métodos e Técnicas Educacionais (DMTE)
Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
Financiamento
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG)