A MERCANTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
Ana Cristina da Silva Martins
Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
anacristinnmartins@gmail.com
Eixo 6: Políticas Públicas e Gestão da Educação
Palavras-chave: Capitalismo; Educação; Mercantilização
Resumo Simples
A educação, é fundamental para que o indivíduo se desenvolva, pois perpassa apenas do conceito de instrução para uma visão humanista de possibilidade e oportunidades. É considerado um direito inalienável, que é dever tanto do Estado quanto da família promover e incentivar para que o indivíduo possa exercer a plena cidadania. Ao garantir o acesso à educação de qualidade para todos, sem qualquer discriminação, o Estado contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Essa responsabilidade estatal é oferecida através do ensino público, gratuito, mas que nem sempre oferece a qualidade exigida em constituição assim como descrita no “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família [...] (BRASIL, Constituição, 1988)”. A mercantilização é um fenômeno decorrente do processo de globalização, denominado como o ato de transformar. Esse fenômeno influencia diretamente no enfraquecimento da educação pública. Tudo isso está paralelo ao crescimento dos sistemas privados e instituições mercantis que cresceram após 1990. Um dos principais antagonismos da sociedade mercantil foi a oposição entre capital e trabalho. Os capitalistas, os proprietários dos meios de produção, exploram os trabalhadores, que vendem sua força de trabalho em troca de um salário. A educação enquanto mercadoria pertence à concepção de um projeto político de governo que torna real um modelo de Estado Neoliberal para a sociedade brasileira“ . O poder da educação é exercido por meio da transmissão de conhecimentos e valores. A educação é um instrumento de reprodução social, mas pode vir a perpetuar desigualdades sociais. Segundo dados do PwC (Pricewaterhousecoopers), “o Brasil tem um dos dez piores desempenhos do mundo em matemática e um fraco resultado em leitura no exame Pisa, a avaliação mundial da educação feita pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) com 79 países”. Se a educação superior no Brasil nasce com a marca de um intocável privilégio social onde a democratização começa e se desenvolve a partir de políticas burguesas, a ampliação do acesso à educação passa a ser uma exigência do capital ou seja de qualificação para força de trabalho. Para além do que já foi colocado, é necessário se atentar a perda do valor social da educação. A mercantilização da educação pode levar à perda do valor social da educação uma vez que pandemia COVID-19 que teve início em dezembro de 2019, mostrou que todos somos vulneráveis à morte, mas também a desigualdade de acesso a bens públicos. Bens públicos que deveriam ser consumidos por todos sem que se esgotem.
Referências
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MÉSZÁROS, István. A Educação para além do capital. [tradução Isa Tavares]- 2 ed..São Paulo: Boitempo, 2008. ( Mundo do trabalho).
Comissão Organizadora
XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED
Comissão Científica
Comissão Organizadora do XV COPED
Profa. Dra. Francely Aparecida dos Santos
Prof. Dr. Heiberle Hirsgberg Horácio
Prof. Dr. Lailson dos Reis Pereira
Prof. Dr. Leando Luciano Silva Ravnjak
Profa. Dra. Raiana Alves Maciel Leal do Carmo
Profa. Dra. Úrsula Adelaide de Lélis
Profa. Dra. Viviane Bernadeth Gandra Brandão
Profa. Dra. Zilmar Gonçalves Santos
Realização
Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE)
Departamento de Métodos e Técnicas Educacionais (DMTE)
Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
Financiamento
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG)