CONEXÕES PLURAIS: FORMAÇÃO DE COMUNIDADE LEITORA NO ENSINO MÉDIO

CONEXÕES PLURAIS: FORMAÇÃO DE COMUNIDADE LEITORA NO ENSINO MÉDIO

• Autor
• Michelle Mittelstedt Devides
• Co-autores
• Renata Kelli Modesto Fernandes , Ana Clara Tôrres Stephaneli , Letícia Martins Evangelista , Maria Eduarda da Silva Ozorio
• Resumo

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  A pesquisa em desenvolvimento refere-se ao projeto intitulado Conexões plurais: formação de comunidade leitora no IFMT de Primavera do Leste, cujo objetivo foi verificar, por meio das experiências de leitura literária dos alunos, o reconhecimento de aspectos dialéticos em sua recepção e, consequentemente, as relações estabelecidas pelo viés da educação intercultural, evidenciando, dessa forma, a constituição de comunidades de leitores. Parte-se do pressuposto de que a leitura literária deve ser considerada como um dos pilares na formação do sujeito, na formação humana, justamente por caracterizar-se como um dos aspectos essenciais de humanização, conforme ensina Antonio Candido (2011). A partir desse direcionamento, entendemos que os leitores atuais estão inseridos em uma sociedade global, porém com suas características particulares, culturais, espaciais, econômicas, religiosas, mas, sobretudo, imersos nas relações dinâmicas do mundo globalizado. Além disso, acreditamos que a perspectiva de leitura literária pelo viés da educação intercultural promove aspectos dialéticos pautados na construção de alteridade, história e cultura e evidencia caminhos de identificação, associação e relação de processos similares da construção narrativa a fim de ampliar as experiências de leitura na recepção de obras literárias afro-brasileiras e africanas de língua portuguesa do século XX, tendo em vista os processos de transformação social. Cremos que a construção de comunidades leitoras possibilita a abordagem de temas tão caros ao mundo contemporâneo, especialmente à formação dos jovens cidadãos. Para tanto, recorremos às contribuições de Michèlle Petit (2009), ao evidenciar a importância do Outro na constituição do sujeito leitor, pois nós pensamos somente a partir daquilo que nos é lançado por outros, promovendo assim um alargamento dos horizontes de expectativas. Dessa forma, o projeto justifica-se tanto pela dimensão que trata da contemporaneidade de temas como o sexismo, racismo, diversidade cultural quanto à questão legal, pois encontra o respaldo das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, as quais estabelecem que as culturas africana e indígena devem ser trabalhadas na escola. A investigação dos aspectos da organização e concretização da formação de círculos de leitura iniciou no campus do IF e se estendeu para uma escola estadual, composta por alunos do ensino médio, tanto na formação quanto na mediação, a partir de uma perspectiva sócio-histórica, pautando-se nas concepções de diversidade e interculturalidade com a obra Olhos d’água de Conceição Evaristo. Os resultados parciais indicam desconhecimento dos estudantes sobre a autora e a obra, além de indicar um estranhamento dos alunos sobre os temas, no entanto, houve um reconhecimento da importância dessas discussões e o estabelecimento de relações entre a literatura e a vida cotidiana do público leitor.

   

• Palavras-chave
• círculos de leitura, leitura literária, interculturalidade
• Área Temática
• Educação e Diversidade