Shopping vs. Parque: Influências no consumo infantil

Shopping vs. Parque: Influências no consumo infantil

• Autor
• Bruna Rafaela Cardoso Pereira
• Co-autores
• Eliana Pereira da Silva , Lavínia Karlinke Batista , Maria Eduarda Dias de Castro
• Resumo

• Parque e Shopping: Influências no consumo infantil

  Palavras-chave: Consumismo infantil-Crianças-Comportamento

  Este relato de experiência se concentra na observação do comportamento das crianças em relação ao consumismo tanto no ambiente do shopping quanto no Parque Municipal Milton Prates. Levando em consideração a importância do contato com a natureza onde a criança pode desenvolver o físico e emocional. 

  O objetivo foi analisar como esses espaços influenciam nas atitudes das crianças em relação ao consumo e à cultura material. Este estudo, conduzido por acadêmicos do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), durante o mês de abril de 2024, investigou as interações das crianças com produtos e marcas em ambos os ambientes. Em sala de aula, foram discutidos os conceitos de consumismo infantil e suas implicações, seguido por um estudo de campo que incluiu observações e registros fotográficos tanto no Parque Milton Prates quanto no Shopping Montes Claros.

  A fundamentação teórica demonstra que os espaços livres são indispensáveis para a criança. Segundo Barros (2018) é preciso desemparedar a infância, transformando a instituição escolar em um lugar de conexão e encontro com a Natureza. Na obra aponta-se algumas consequências das crianças não terem contato com a natureza, sendo assim, podem desenvolver com mais facilidade problemas de obesidade, desequilíbrio emocional e fragilidade nas habilidades físicas. As crianças precisam ter contato com a natureza, de modo a desenvolverem cada vez mais a criatividade, a empatia, a colaboração e a autonomia. Ambientes como o Shopping tendem a estimular o consumismo nas crianças através da exposição a produtos, publicidade e atmosfera comercial. Para Adorno (1903-1969) a ‘indústria cultural’ não oferta o ‘prazer cultural’, mas formas de distração, ou ‘fuga da realidade’, todavia, não a liberdade, como se gostaria. As crianças são expostas a uma variedade de estímulos visuais e materiais que promovem o desejo de adquirir itens, muitas vezes influenciadas por personagens e tendências populares.

  Os resultados revelaram que no ambiente do shopping, as crianças demonstram um comportamento mais propenso ao consumo impulsivo, influenciado pela disponibilidade de produtos e pela pressão do ambiente comercial. Por outro lado, no Parque Municipal Milton Prates, ainda se tem estímulos diretos ao consumismo infantil que estimulam comportamentos relacionados à cultura do consumo, como a presença de brinquedos e comidas industrializadas,que poderiam ser substituídos por brincadeiras interativas, brinquedos artesanais e lanchesnutritivos. Entretanto, nesse ambiente natural urbano, as crianças se envolvem mais com oselementos da natureza como o vento e seus efeitos, os sons produzidos pela diversidade da faunae a paisagem que inspira tranquilidade.

  Conclui-se que tanto o shopping quanto o parque podem influenciar nas atitudes das crianças em relação ao consumo, embora de maneiras diferentes. Enquanto o shopping oferece uma variedade de produtos e estímulos comerciais diretos, o parque pode promover um consumo mais sutil, baseado em aspirações socioculturais. É importante que os educadores estejam cientes dessas influências e trabalhem para promover uma educação crítica sobre o consumo e seus impactos na sociedade.

  REFERÊNCIAS:

  Adorno, T. et all. Textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Coleção Os Pensadores).

  BARROS, Maria Isabela Amando (org.). Desemparedamento da infância: a escola como

  lugar de encontro com a natureza. Rio de Janeiro: Criança e Natureza, 2018.

• Palavras-chave
• Consumismo infantil-Crianças-Comportamento
• Área Temática
• Infâncias e Educação Infantil