EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO

  • Autor
  • Leonardo Augusto Couto Finelli
  • Co-autores
  • Aline Maria Gonzaga Ruas , Gabrielle Ferreira Silva Lopes
  • Resumo
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    Contextualização e justificativa

    Partimos de uma experiência de estágio supervisionado do curso de Pedagogia com turma da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), em alfabetização. Observamos, a partir do relato dos alunos, que as tentativas de os educar por meio do ensino tradicional com material didático do ensino fundamental comprometeu o avanço no aprendizado.

    É importante compreender que a EJA é marcada pela diversidade e interação entre diferentes grupos etários, possibilitando diálogo entre diversos saberes construídos por meio das vivências. Tais são a base da andragogia (Ribeiro; Muenchen, 2024), que desenvolve didática de ensino dessas pessoas que buscam o aprendizado, mas já dispõem de experiências prévias.

    Tal relato se justifica ao contribuir com a formação docente quanto a ampliação das metodologias tradicionais para o ensino. Nesse sentido compartilhamos em evento de Pesquisa em Educação.

     

    Problema e objetivos

    Diante das observações nas aulas, levantou-se o seguinte questionamento: O que fazer para contribuir no processo de aprendizagem dos alunos? Avançamos com o objetivo de identificar e compreender as habilidades e interesses individuais dos participantes, de modo a promover atividades práticas e reflexivas que favoreçam o autoconhecimento e descoberta de potenciais.

     

    Procedimentos metodológicos

    Tratou-se de pesquisa etnográfica que se valeu de aplicação dos princípios da andragogia para a execução da prática. Os dados, analisados a partir das falas dos estudantes, levaram as reflexões debatidas a luz de análise de conteúdo (Bardin, 2020).

     

    Fundamentação teórica que sustentou/sustenta a prática desenvolvida

    A andragogia promove o desenvolvimento da autoestima, a partir da compreensão do valor pessoal, onde o coletivo prevalece sobre o individualismo. Assim, foca na forma como os estudantes internalizam as referências recebidas do meio, que interferem nas relações que estabelecem.

    A reflexão da autoestima se deu a partir do seu tripé (auto respeito, autovalorização e autoconfiança), da busca do autoconhecimento e das causas e prejuízos da desestima de si e, consequentemente, ao processo ensino-aprendizagem (Marinho et al., 2008).

     

    Resultados da prática

    A experiência com a andragogia possibilitou um ensino freiriano, que acolheu saberes dos estudantes e propôs as práticas de aprendizado. Observamos que os olhos brilharam e a motivação para o aprendizado voltou àqueles estudantes que ao serem reconhecidos como pessoas, e terem suas histórias validadas, ressignificaram o processo educacional e passaram a aprender com prazer.

     

    Relevância social da experiência para o contexto/público destinado e para a educação e relações com o eixo temático do COPED

    A experiência do estágio na EJA que se valeu dos princípios da andragogia mostrou-se como recurso rico para promover a integração desses no processo educacional e assim promover a democracia da educação para todos, além de demonstrar experiência adequada de formação de novos professores, que aprenderam sobre a nova metodologia.

     

    Considerações finais

    Por conclusão, destacamos que a andragogia se vale da ludicidade, e não da infantilização, se revelou como uma ferramenta valiosa para superar a falta de motivação para o estudo desses alunos. Com essa resgatamos a motivação de uma turma da EJA, que, valorizados, voltaram a se interessar por aprender a partir de suas experiências.

     

    Referências

    BARDIN, L. Análise de conteúdo. 5. ed. rev. amp. São Paulo: Almedina Book, 2020.

     

    MARINHO, M. P. A.; CARVALHO, M. A.; SILVA M. J. L.; CAMPOS G. N. Rejeição e baixa auto-estima: agravantes dos conflitos geracionais na modalidade EJA. Brasília: Portal MEC, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_rejeicao.pdf. Acesso em: 29 jan. 2024.

     

    RIBEIRO, R. D. R.; MUENCHEN, C. Formação de educadores de ciências da EJA: possibilidades e desafios da articulação Freire-CTS-Andragogia. Temas & Matizes, v. 17, n. 31, p. 672-696, 2024.

     

  • Palavras-chave
  • Andragogia, EJA, Educação integral, Estágio supervisionado, Metodologia de ensino.
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Comissão Organizadora

XV Congresso Nacional de Pesquisa em Educação: "ED

Comissão Científica


Comissão Organizadora do XV COPED

Profa. Dra. Francely Aparecida dos Santos

Prof. Dr. Heiberle Hirsgberg Horácio

Prof. Dr. Lailson dos Reis Pereira

Prof. Dr. Leando Luciano Silva Ravnjak

Profa. Dra. Raiana Alves Maciel Leal do Carmo

Profa. Dra. Úrsula Adelaide de Lélis

Profa. Dra. Viviane Bernadeth Gandra Brandão

Profa. Dra. Zilmar Gonçalves Santos

Realização

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Departamento de Métodos e Técnicas Educacionais (DMTE)

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Financiamento

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG)