A deficiência visual é uma limitação no campo da visão, podendo ser a cegueira total ou baixa visão. Na realidade brasileira, os alunos com deficiência visual estão cada vez mais presentes no ensino regular, fazendo com que os professores repensem estratégias de ensino para essa realidade. Este artigo tem por objetivo identificar as estratégias didáticas que são utilizadas com alunos portadores de deficiência visual no Brasil, no período de 1997 a 2019. Para tal, com base na abordagem do Estado da Questão, realizou-se um levantamento em bases de dados, tais como: o Instituto Benjamin Constant (IBC), Google Acadêmico, SCIELO, entre outros, tendo como palavras-chave: inclusão; deficiência visual; ensino de ciências; estratégias didáticas. Como resultados, foram encontrados apenas seis trabalhos abordando sobre a nossa problemática da pesquisa, ou seja, quais são as estratégias didáticas que são utilizadas com alunos portadores de deficiência visual. Nessas pesquisas são evidenciados os cuidados necessários para à confecção dos respectivos recursos, na produção de materiais alternativos de baixo custo, tornando-se assim viáveis para replicação e uso em escolas carentes de recursos de materiais alternativos. Há dificuldade para se ensinar Ciência na Educação Especial, diante de escolas que são desprovidas de laboratórios especializado, materiais didáticos adequados, tecnologias apropriadas, professores preparados e programas de ensino específicos. Já não bastassem esses entraves, diante desse resultado reduzido de pesquisas encontradas, somos instigados a refletir algumas das causas e entre elas, de que o professor no seu exercício profissional muitas vezes deixa de ser pesquisador e assim sendo, não produz conhecimento, criação de estratégias, e quando o faz, não há a circulação desse conhecimento em publicações dedicadas ao ensino/aprendizagem de Ciências aos alunos cegos. A inclusão, não deve ser vista simplesmente como um fato, mas sim como um processo, que tem suas etapas e que necessita ser muito analisado, avaliado em todo o seu decorrer, com responsabilidade e senso crítico. A luta pela inclusão ainda vai longe, mesmo diante de tantas informações sobre as necessidades de inclusão das pessoas deficientes visuais no ambiente escolar, ainda há barreiras estruturais impostas para a inclusão desses alunos nas classes regulares em todo Brasil. É como se tivesse sido dado apenas o primeiro passo de uma longa caminhada, de um difícil percurso de lutas para que se garantam a todos, as mesmas oportunidades de acesso a todos os bens produzidos, não somente no ambiente escolar, mas também socialmente.
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Leonardo Cristiano Gieseler
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