O Programa de Pesquisa e Leitura na Biblioteca Escolar da Rede Pública Municipal de Ensino de Blumenau vem promovendo práticas de leitura ancoradas em diferentes temáticas e culturas, o que coaduna com a Lei nº 11.645 (BRASIL, 2008), a qual institui a obrigatoriedade do estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena na Educação Básica. Logo, este relato de experiência, busca apresentar práticas leitoras assentadas na literatura literária e informativa sobre os povos indígenas desenvolvidas na Escola Básica Municipal Patrícia Helena Finardi Pegorim sob a orientação da professora que atua na Biblioteca Escolar. A metodologia com abordagem quanti-qualitativa possui um corpus de estudantes matriculados do Pré-escolar ao 9º ano do Ensino Fundamental. Os procedimentos pautam-se em um estudo de campo a partir das seguintes ações pedagógicas, quais sejam: a) leitura dos materiais fornecidos no expositor da escola: livros, cartilhas e revistas que abordavam a cultura indígena de maneira informativa e literária, além de cartazes expostos nos murais da escola com pesquisas dos estudantes; b) leitura do documentário “Cultura indígena: conhecer para valorizar” (elaborado pela Secretaria Estado do Rio de Janeiro); c) palestra com uma professora indígena e; por fim, d) realização de um Movimento Literário Interativo sobre a origem e influência direta da cultura indígena (costumes, ornamentos para o corpo, objetos de cerâmica, artesanato, decorações, alimentação, uso de plantas medicinais, instrumentos musicais). Os resultados apontam que as práticas vivenciadas pelos estudantes promoveram a reflexão crítica, ética, política, cultural e estética sobre a história indígena, assim como práticas de leitura, pesquisa e escrita abordando o acolhimento ao diverso, a cultura do outro, e por fim um olhar não-eurocêntrico para a história da colonização Brasileira e Blumenauense. Essa desconstrução e valorização da história e cultura indígena é necessária para que se lance olhar não apenas para o acolhimento, mas também de respeito a história e cultura do outro, para a valorização do outro que chega à escola e que tem ancestralidade indígena.Considera-se que, a escolha de um tema pautado no (re)conhecimento e (des)construção da imagem estereotipada do indígena para a valorização e respeito da cultura e da história deste povo permitiu também um olhar endógeno para os sujeitos que constituem o corpo discente em que se procurou despertar a sensibilidade da cultura do outrem por meio dos sentidos, bem como despertar o gosto pela leitura e práticas de pesquisa, dinamizando e potencializando a Biblioteca como espaço de aprendizagem não-formal de aprendizagem.
Comissão Organizadora
Leonardo Cristiano Gieseler
Comissão Científica