O ensino da Língua Portuguesa nas escolas é objeto de muitos debates e controvérsias no Brasil. A noção bakhtiniana de letramento e sua relação direta com a língua escrita vêm sofrendo transformações, acrescentando à noção básica de capacitação do aluno nas normas gramaticais o domínio dos gêneros do discurso, seu lugar e usos na sociedade, formando alunos com habilidades para expressarem seu “querer dizer” em diferentes contextos através do ensino da leitura, produção textual e análise linguística a fim de entender com clareza a relação linguagem, competência leitora e escrita. Contudo ainda persistem muitas compreensões e práticas arraigadas em âmbito escolar. Essas reproduzem um modelo de ensino que não atende às reais necessidades dos alunos. Esses necessitam transitar pela sociedade interagindo em situações comunicativas diversas.
O presente trabalho foi realizado na Escola De Educação Básica Frederico Hardt em Indaial Santa Catarina, como projeto de estagio para UNIASSELVI, curso de Letras, com o objetivo de apresentar uma reflexão sobre o ensino de Língua Portuguesa (LP) na escola, com enfoque no viés sociointeracionista dos gêneros do discurso. Para tal, serão contemplados assuntos tais como: Concepção bakhtiniana de linguagem; Letramento e sua relação direta com a língua escrita, seu lugar, suas funções e seus usos na sociedade. Metodologicamente, fez-se um recorte: (1) dos fundamentos teóricos, (2) do que foi observado e realizado em sala e, ainda, (3) das considerações/compreensões possibilitadas pela experiência. As técnicas utilizadas durante o Estágio foram a observação e o diário de campo e a regência. Após coletados os dados a partir do diário, realizou-se uma reflexão a partir dos aportes teóricos – esses resumidamente apresentados no paragrafo anterior. Em especial, os conceitos de gêneros do discurso, letramento, práticas de leitura e escrita levando em conta as necessidades reais dos estudantes em sociedade. Durante o período de regência de classe foram trabalhados gêneros do discurso, por exemplo, a crítica literária usando-se de um texto de Monteiro Lobato (Paranoia ou Mistificação?), sobre a Exposição de Anita Malfatti no qual o autor faz uma critica demolidora sobre a semana de arte moderna. Os alunos puderam compreender o uso dos gêneros textuais, seu lugar e contexto.
A experiência do estágio contribuiu para a troca de experiências – teórica e prática – entre professor de sala e estagiário. Além de termos recebido relatos orais bastante significativos por parte dos alunos daquela turma, pode-se observar um aumento significativo do interesse e participação dos alunos nas atividades.
Comissão Organizadora
Leonardo Cristiano Gieseler
Comissão Científica