Um dos maiores dilemas das sociedades contemporâneas é sobre como lidar com a imigração desenfreada de pessoas que fogem de seus países de origem, por motivos diversos, para buscar em outros países a possibilidade de novas oportunidades para suas vidas, ou para buscar, simplesmente, um local para manterem-se vivas. Diante disso, pensando no contexto brasileiro, surgem alguns questionamentos: o Brasil estava preparado para receber tal demanda de imigração? Quais políticas públicas garantem a estadia desses imigrantes no país? Quais são os programas existentes para ensinar a língua portuguesa aos haitianos? Assim, o presente trabalho objetiva verificar como está acontecendo a inclusão de refugiados haitianos na sociedade brasileira, e como a aquisição da língua portuguesa tem contribuído para a inserção desses imigrantes na sociedade. Nesse aspecto, está também sua justificativa, isto é, na investigação e na compreensão de políticas públicas disponíveis e de como elas atuam no atendimento a imigrantes que desejam aprender a língua portuguesa para garantir sua sobrevivência no país. Quanto aos procedimentos metodológicos, este trabalho consiste em pesquisa de natureza básica, de abordagem qualitativa (OTANI, 2011). Primeiramente foi realizada uma pesquisa bibliográfica em fontes como Figueredo e Zanelatto (2016), Paes (2017), Milesi (2007) sobre imigração haitiana no Brasil. Além disso, recorreu-se a referenciais teóricos que discutem o ensino de língua para estrangeiros a partir do conceito de língua de acolhimento, como Grosso (2010), São Bernardo (2016), Barbosa e São Bernardo (2017). Por fim, foi realizada uma entrevista com um grupo de cinco imigrantes haitianos, que estudam a língua portuguesa no IFC (Instituto Federal Catarinense), campus Camboriú. Como instrumento técnico, foi utilizado um questionário com questões que identificam o entrevistado, além de questões objetivas e de respostas abertas. Finalmente, na entrevista, evidenciou-se a importância do ensino da língua portuguesa estar interligado com a bagagem que o imigrante traz de seu país de origem, de modo que seja possível associá-los aos direitos e aos deveres que lhes são dispostos no país no qual estão sendo acolhidos. Além disso, ficou evidenciado, na fala dos participantes, o reconhecimento da importância do curso de língua portuguesa no processo de quebra de barreiras linguísticas que impedem ou dificultam o processo de inserção no país e que o processo de inclusão social dos haitianos que estão residindo em Santa Catarina está ocorrendo, embora lentamente.
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Leonardo Cristiano Gieseler
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