O presente trabalho é resultado das vivências da disciplina de Estágio I, durante a terceira fase do curso de Pedagogia. Durante as visitas em diferentes escolas públicas e privadas, oito no total, percebi que estas possuem certo padrão de funcionamento, e, ao mesmo tempo, grandes disparidades em relação a utilização do espaço. O procedimento metodológico para produção dos dados foram observação participante e construção do diário de campo, visando fazer uma retrospectiva da experiência de estágio a partir da análise da utilização do espaço. O diferencial entre as instituições se dá principalmente pelo conceito de criança adotado pela proposta pedagógica apresentada durante a visita. Ocorreram-me as seguintes reflexões: A criança possui uma relação de interação ou submissão? A construção do espaço da escola está direcionada a criança ou ao adulto? Partindo destes questionamentos constatei as seguintes contradições: Embora a maioria das instituições possuíssem horta (oito) e/ou cantinho de leitura (sete), as crianças se relacionavam com estes ambientes de maneiras diferentes. Algumas instituições proporcionam total acesso aos livros, visita diária, catalogação adequada ao repertório de crianças de todas as idades e estrutura pensada para o acesso da criança. Outras instituições optam por manter a utilização da biblioteca restrita a acesso semanal ou quinzenal por turma, e/ou catalogam os livros de maneira complexa, o que muitas vezes foge ao entendimento da criança, forçando a busca por auxílio de um adulto para localizar-se. Indo além, existem as instituições que não possuem um espaço adequado como canto de leitura, que ocupa outros ambientes ou se encontra abandonado (três).Também pode-se validar o argumento partindo da análise da interação no espaço da horta, que embora estivesse presente em diversas instituições, é utilizado pelas crianças de maneiras diferentes. Em determinadas instituições, a manutenção do local é feita inteiramente pelas crianças. Já em outros locais o processo de plantio está organizado em etapas prontas, deixando à responsabilidade da criança somente tarefas mecânicas. Conclui-se que, embora a estrutura física da instituição seja importante para a rotina e aprendizagens da criança, esta por si só não garante a intencionalidade do processo pedagógico. É necessário que a instituição compreenda a criança como protagonista da aprendizagem e corresponsável pela manutenção do espaço físico da instituição. A partir desta análise pude enriquecer minha formação, apreendendo a importância dos espaços físicos da instituição, e para além disso, a intencionalidade pedagógica em considerar a criança como protagonista do processo educacional nestes espaços.
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Leonardo Cristiano Gieseler
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