Este trabalho tem como motivação a seguinte pergunta: Como o ensino de filosofia pode fomentar o desenvolvimento da autonomia no pensamento e possibilitar que o estudante se posicione frente aos problemas de sua realidade? Trata-se de um relato de experiência fundamentado teoricamente no aporte de Immanuel Kant e John Dewey, discutindo a autonomia de pensamento e a relação dos conteúdos estudados com a vida dos estudantes. A prática associou conceitos de filosofia política com a elaboração de políticas públicas, fazendo com que os estudantes fundamentassem filosoficamente as suas propostas. O estudo foi realizado com 80 estudantes do 2o ano do Ensino Médio na Escola Barão do Rio Branco e compreendeu as seguintes etapas: criação de partidos políticos e planos de governo (políticas públicas), discussão dos planos de governo e simulação de um processo eleitoral. Os conceitos trabalhados integram o currículo do Ensino Médio e foram os seguintes: relação público/privado em Habermas e o conceito de justiça em Platão e John Rawls. Tomando a prática e relacionando-a com o problema gerador, percebe-se que ela mostrou evidências que contribuíram para o desenvolvimento da autonomia dos estudantes, fazendo com que eles concluíssem que a filosofia não está aquém do mundo, mas se faz presente e auxilia no entendimento da vida. Notou-se nos estudantes o desenvolvimento do protagonismo na construção do conhecimento e o envolvimento direto com as etapas da atividade proposta, culminando com uma experiência democrática associada aos conceitos filosóficos por eles estudados.
Comissão Organizadora
Leonardo Cristiano Gieseler
Comissão Científica