Esta pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da FURB. As reflexões desta partem da frase final de uma carta “a gente se acostuma, mas não devia”, enviada pelos pais de uma aluna adolescente como agradecimento e despedida à escola, pois a estudante estava deixando a escola para inserir-se em uma nova prática de estudos: o unschooling. Ao refletirmos no campo da arte e experiência estética sobre os anseios desta família e fatores que os levaram a optar pela educação não formal, ponderamos acerca dos percursos de mediação cultural, estéticos e artísticos percorridos por esta família para que a arte esteja presente no cotidiano do processo de educação não formal desta adolescente. Desenvolvemos então, a partir destas reflexões, a pergunta norteadora da pesquisa: quais percursos de mediação cultural, estéticos e artísticos realizados por uma adolescente no processo de unschooling? Objetiva-se: compreender os percursos de mediação cultural, estéticos e artísticos vivenciados por uma adolescente no processo de unschooling no município de Blumenau. Para que o objetivo seja alcançado, desenvolveu-se uma pesquisa com abordagem qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1994) do tipo estudo de caso, cujos instrumentos para geração de dados são: análise documental da carta enviada à escola, entrevista semiestruturada com os pais e a adolescente, diário de vivências da adolescente e diário de campo da pesquisadora.Como apoio às análises tem-se o conceito unschooling e compreensões acerca desta prática a partir de Holt (1972); Gonçalves (2016); Salgado (2018) e Monrat (2018), a conceituação de experiência estética baseada em Duarte Jr. (2006) e Larrosa (2017), e de mediação cultural a partir de Neitzel e Carvalho (2016) e Martins (2014). Compreender o termo unschooling ao qual os sujeitos desta pesquisa se referem como a prática educacional exercida, além de ser um dos objetivos desta, é também fonte de indagações no campo da educação que a diferencia do homeschooling. Observamos nessa família a busca por um currículo educativo e processos de mediação cultural que intenciona diferenciar-se do escolar. Entre os questionamentos iniciais - por que deixar a escola e que razões incentivaram essa escolha dos pais? Na carta é possível perceber que dentre alguns motivos mencionados pela família para a retirada da filha da escola, um deles refere-se à organização e práticas diárias da escola: metodologias baseadas em atitudes mecânicas e dinâmicas de ameaças cujo intuito destina-se a punição.Observamos percursos diferenciados elegidos pela família para a formação estética e artística.
Comissão Organizadora
Leonardo Cristiano Gieseler
Comissão Científica