Como vemos o mundo? Qual leitura temos feito da nossa casa, do nosso trabalho e das pessoas? O ato de ler segundo Freire (1991) é essencial para as diferentes relações sociais. No contexto educacional, a leitura das palavras, textos e livros, não pode ser/estar sobreposta à leitura de mundo, do eu e do outro. O ensino da Arte tem promovido, estimulado, sensibilizado para tal leitura? Essa questão baseia-se na inquietação acerca das crises de humanidade que temos enfrentado, sobretudo do ponto de vista da Modernidade Líquida de Bauman (2001), que dissolve o pouco sólido de humanização que ainda temos, e em mesmo tempo define novos sólidos que, em suma, regerão as relações humanas. Esta pesquisa ocorreu na Escola Básica Municipal Profª Zulma Souza da Silva localizada, na cidade de Blumenau – SC, com 31 alunos do sétimo ano do Ensino Fundamental. A aplicação da pesquisa se deu na disciplina de Estágio em Teatro II, no Curso de Licenciatura em Teatro da FURB, e teve como orientadora a Professora Caroline Carvalho. Esse estudo objetiva compreender de que modo o teatro e a educação estão articulando e gerando processos de sensibilização numa sala de aula de sétimo ano do Ensino Fundamental, destacando a concepção de leitura de Freire (1991). Por meio de análise documental, busca compreender as possibilidades de uma educação sensível, nos documentos normativos. E com a observação da prática realizada in loco, analisa os possíveis processos de sensibilização em aulas de Artes - Teatro nessa turma. Trata-se de uma pesquisa exploratória, qualitativa sobre e para a educação atual. A hipótese é que há possibilidade de promover os conteúdos da BNCC (e demais documentos normativos) relacionando-os aos conteúdos inerentes à formação sensível do ser humano, do olhar para o meio, do olhar sensível e humanizado, destacando que a técnica e os conteúdos não precisam se efetivar em detrimento da formação do ser sensível.
Comissão Organizadora
Leonardo Cristiano Gieseler
Comissão Científica