Diante do período de isolamento pelo qual passamos, surge a necessidade de possibilitar espaços de encontro e de escuta. Desta forma, os tempos de infância se tornaram mais solitários, e, na falta do outro, geraram não-saberes no que tange ao conhecimento e às relações. Com o entendimento de que é na inter-relação que constituímos novos esquemas e modelos de aprendizagem, propõe-se a construção de um grupo terapêutico a partir da mediação de mais de um profissional de forma simultânea. O trabalho é pensado partindo da teoria de Alícia Fernández, Sara Paín, Marcos Meyer, Melanie Klein , entre outros, e tem como objetivo oferecer atendimento multidisciplinar in loco. A finalidade é criar um ambiente onde o sujeito possa manifestar, através de uma linguagem corporal e subjetiva, suas ações e modo de pensar diante de um coletivo, construindo, por meio do vínculo, pontes para, através da reflexão e empatia, ressignificar seus modelos de aprendizagem. A organização é pensada pelos profissionais envolvidos no atendimento clínico e perpassa pelas seguintes etapas, que ocorrem de forma espiral: atendimento individual, planejamento do atendimento do grupo, encontro do grupo, reflexão e elaboração de novas estratégias de intervenção, tanto no individual quanto no grupo. Paralelamente a isso, acontecem estudos desses casos por toda a equipe, Covisão e grupo de estudo com um viés psicanalítico. Os resultados surgem ao longo da caminhada do grupo, já ficando evidente o quanto essa formatação favorece e permite emergir sentimentos e pensamentos que contribuem para o atendimento individual.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fernández, A. (2001). Os idiomas do aprendente: análise das modalidades ensinantes com família, escolas e meios de comunicação. Artmed.
Fernández, A. (2001). O saber em Jogo. Artmed.
Klein, M. (1996). Amor, culpa e reparação. Imago.
Meyer, M. (2007). Mediação da Aprendizagem. (2 ed). Edição do autor
Pain, S. (1987). A função da ignorância. (vol.1). Artmed.
Apresentação
Ao compreender a formação continuada como uma oportunidade para o enriquecimento da prática profissional em Psicopedagogia, a ABPp-RS tem o compromisso de favorecer espaços/tempos para a construção e divulgação de conhecimentos científicos, a promoção de trocas de experiências e o compartilhamento dos saberes advindos da diversidade da Psicopedagogia, tendo em vista que aprender é possível para todos em qualquer etapa e circunstâncias da vida.
Inicialmente a Psicopedagogia compreendeu a aprendizagem a partir do desenvolvimento orgânico do sujeito, tendo como referência principal a área médica. Desse modo, as dificuldades para aprender foram atribuídas a aspectos maturacionais psiconeurológicos. Com efeito, a Psicopedagogia centrou-se na reeducação, tendo um caráter curativo, empreendendo seus esforços em normalizar o sujeito, para que respondesse satisfatoriamente às expectativas sociais, escolares e familiares.
A partir de estudos, pesquisas e do diálogo entre os profissionais das diferentes áreas do conhecimento, a Psicopedagogia passa a levar em consideração, também, os aspectos cognitivos e insere discussões sobre a subjetividade que interfere na aprendizagem. Assim, passa a considerar diferentes aspectos implicados no desenvolvimento e na aprendizagem do sujeito, adquirindo um caráter dinâmico.
A partir do momento em que os profissionais da área passam a construir um corpus teórico próprio, bem como técnicas e instrumentos específicos, a Psicopedagogia define seu objeto de estudo: a aprendizagem humana. Com efeito, a partir da práxis psicopedagógica, a Psicopedagogia constitui-se como uma área de conhecimento interdisciplinar. Deste modo, busca-se a articulação de conhecimentos de diversas áreas para a compreensão de seu objeto de estudo, rompendo com uma visão fragmentada do sujeito.
Na contemporaneidade, deseja-se que a Psicopedagogia continue se fortalecendo, a partir da produção de conhecimentos, sustentados em aportes teóricos consistentes, constituindo, assim, a sua cientificidade. Considerando a necessidade de abrir espaços de reflexão, tanto para psicopedagogos e profissionais de áreas afins, como para estudantes e coordenadores de cursos, a ABPp-RS se propõe a realização do XXV Encontro Estadual de Psicopedagogia do Rio Grande do Sul, II Mostra Estadual de Profissionais de Psicopedagogia, XIII Mostra Estadual de Estudantes de Psicopedagogia e V Fórum de Coordenadores de Cursos de Psicopedagogia, tendo como temática, “Interlocuções entre saberes e fazeres na constituição da cientificidade da atividade do psicopedagogo”.
O evento ocorrerá no dia 15 de julho de 2023, no Hotel Embaixador em Porto Alegre e, no dia 21 de julho de 2023, via Google Meet.
Os trabalhos científicos (resumos) que compõe a presente obra, foram submetidos ao Evento, passando por avaliação por pares às cegas e após aprovação, apresentados na II Mostra Estadual de Profissionais de Psicopedagogia do Rio Grande do Sul e XIII Mostra Estadual de Estudantes de Psicopedagogia do Rio Grande do Sul.
Comissão Científica
Beatriz Ana Zambon Ferronato
Denise Costa Ceroni
Maria Carolina Fortes
Monica Pagel Eidelwein
Márcia Beatriz Cerutti Müller
Rosanita Moschini Vargas
Sílvia Maria de Oliveira Pavão
E-mail da comissão organizadora: encontroestadualabpprs23@gmail.com
Comissão organizadora:
Ana Márcia Sauthier Winter
Andréa Korenowski Uranga
Lilian Flores
Márcia Beatriz Cerutti Müller
Morgana Martins Grudzinski Iriart
Monica Pagel Eidelwein
Renata Vanin da Luz
Rosanita Moschini Vargas
Susana Londero
Palestrantes e Mediadores:
Beatriz Ana Zambon Ferronato
Carmina Geanini Nunes Monteiro de Souza
Denise Costa Ceroni
Fabiane Romano de Souza Bridi
Iara Caierão
João Ricardo Hass Massena
Jussania Basso Bordin
Maria de Lourdes Eilert Malaquias
Marisa Irene Siqueira Castanho
Marlei Teresinha Santos de Morais
Neide de Aquino Noffs
Monica Pagel Eidelwein
Neusa Maria Roveda Stimamiglio
Rosanita Moschini
Tiago Marcelo Trevizani
Apresentação artística:
Nina Nicolaiewsky
Apoiadores:
Casa Lúdica
Cirkula Ltda
Jogos Boole