Local: Instituto de Artes da UNESP - Sala 116
PROGRAMAÇÃO
09h30 Abertura: Wladimir Mattos, Rodrigo Reis (AV:A / UNESP)
09h35. Lilian Engelmann (Censupeg, FMU, Instituto Fênix)
PARTE 1
10h00 Camila Gonçalves (WFMT) Online
10h20 Noemi Ansay (UNESPAR / PR) Online
10h40 Paula Hagemann (Md e Phd UNESP) Online
11h00 André Pereira (MT Brasileira na América Latina)
PARTE 2
11h40 Miriam Steinberg (IA / UNESP)
12h00 Mauro Anastácio (UNICAMP)
12h20 Alessandro G. Campolina (HC / USP)
12h40 Fernando Ramos (Instituto A Casa)
13h00 Conversa
13h25 Encerramento

A musicoterapia no Brasil: marcos para uma profissão em processo de regulamentação
por Lilian Engelmann
A musicoterapia brasileira vem construindo vários marcos para se estabelecer como uma profissão regulamentada. Concretizou duas etapas de CBO; fortaleceu publicações por meio da Revista Brasileira de Musicoterapia; abriu espaço para concurso público no SUS e no SUAS; ampliou formações em todo território brasileiro; desde 2019 vem conduzindo o PL 6379/2019 para a regulamentação que se encontra em tramitação no senado.
Lilian Engelmann é musicoterapeuta clínica (1992), mestre em Comunicação e Semiótica – Linguagens Sonoras (PUC/SP 2002), docente na pós-graduação em musicoterapia (Censupeg, FMU e Instituto Fênix), coordenadora do GT27 para a regulamentação da profissão de musicoterapia

O diferencial da Música na avaliação da Consciência em pessoas com Lesão Encefálica Adquirida: Tradução e Adaptação Cultural
do MATADOC-PB
por Camila Gonçalves
Faremos um panorama do papel da Música em pessoas com distúrbios prolongados de consciência após uma lesão encefálica, bem como do desenvolvimento d'O Instrumento de Musicoterapia para Avaliação da Consciência nos Distúrbios da Consciência - MATADOC. Tal instrumento foi desenvolvido por musicoterapeutas e passou por processos de validação em relação a outras escalas, incluindo ao critério padrão, a Escala de Recuperação de Coma Revisada (CRS-R). Recentemente, a Dra. Wendy Magee, musicoterapeuta, professora, pesquisadora e desenvolvedora do instrumento, reuniu um painel de especialistas no Brasil para a tradução e adaptação cultural do MATADOC para o português brasileiro. Apresentaremos os principais resultados desta etapa de implementação do MATADOC-PB.
Camila Gonçalves é musicoterapeuta na UFRJ (AMT-RJ 707/1). Bacharel em musicoterapia (UNESPAR) e pedagogia (UFPR), mestra em musicoterapia (Concordia Un., Canadá), doutoranda em Tecnologia em Saúde (PUC/PR), docente na pós-graduação em musicoterapia (CENSUPEG e Instituto Estadual Carlos Gomes), representante da América Latina e Caribe no Conselho da Federação Mundial de Musicoterapia (WFMT).

Musicoterapia na UNESPAR, 50 anos de história
por Noemi Ansay
Considerando a história do curso de bacharelado em musicoterapia, da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), ao longo de cinco décadas, pretende-se apresentar e refletir com o grupo de trabalho, aspectos relacionados à formação do curso, matriz curricular, estágios obrigatórios, atendimentos de musicoterapia a comunidade, pesquisas e publicações científicas.
Noemi Ansay é musicoterapeuta pela Faculdade de Artes do Paraná (1992), pós-graduada em psicopedagogia pela Universidade Tuiuti (2002), mestra em educação pela Universidade Federal do Paraná (2009), doutora em educação pela UFPR (2016). Atualmente é diretora da Faculdade de Artes do Paraná, Campus II. Faz parte do Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares em Musicoterapia - NEPIM-CNPq. Professora do Mestrado Profissional em Educação Inclusiva em Rede Nacional (PROFEI). Faz parte da Comissão Editorial da Revista Incantare. Membra do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência e Membra do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa, representante da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - SETI. Membra da Comissão Universidade para Índios - CUIA - Campus Curitiba II. Mediadora do Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI). Tem experiência na área de Musicoterapia, Psicopedagogia e Educação, com ênfase em Educação Inclusiva e Educação de Surdos/as. Escritora dos livros: O Ensino Superior para Estudantes com Deficiência no Chile e no Brasil (2019) Ciranda das Letras: a poética do alfabeto (2013, acessibilidade em LIBRAS) e Portas Abertas (2010). CPMT 078/94-PR

Minha trajetória na Unesp: a musicoterapia na clínica e na pesquisa
por Paula Hagemann
Relatar e refletir sobre os nove anos de formação profissional e prática clínica de uma psicóloga e musicoterapeuta durante seus anos de permanência na UNESP no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu e na Faculdade de Ciências de Bauru. Em aliança com o olhar voltado para as necessidades dos pacientes de outros profissionais da saúde - psicólogos e médicos -, tal permanência foi crucial para a prática e a pesquisa da musicoterapia no contexto hospitalar.
Paula Hagemann é musicoterapeuta pela UNESPAR / FAP (2005), graduada em psicologia pela PUC / PR (2009), aprimoramento profissional em Psicologia Hospitalar em Diálise pela HC / FMB / UNESP (2011-2013). Mestra (2015) e doutora (2020) em psicologia do desenvolvimento e aprendizagem pela FC / UNESP (2020). Atualmente ministra palestras, mentoria e coordena grupos de estudo em musicoterapia e atua como psicóloga e musicoterapeuta clínica no contexto da perinatalidade e parentalidade.

A musicoterapia na América Latina
por André Pereira Lindenberg
Analisar as perspectivas da musicoterapia social no Brasil e na América Latina que revelam por meio da pluralidade cultural as visões de saúde comunitária preventiva e o diálogo com o desenvolvimento sócio cultural econômico margeado pelas vulnerabilidades do cenário atual.
André Pereira Lindenberg é músico e musicoterapeuta pela FPA / SP, pós graduado em Neurociência Aplicada à Educação. É docente em musicoterapia social na pós-graduação da Censupeg e Universidad de Favaloro / ARG. Fundador da Cia Pé no Canto de teatro (2002). Contemplado por Lei de Fomento ao Teatro, Caravana Funarte, Prêmio Mirian Muniz e Funarte Artes Cênicas na Rua, com os grupos Cia Pé no Canto, Grupo Caixa de Imagens e Teatro Vento Forte. Com instaurações cênicas sonoras, através do projeto Pé na Viela, circulou por diversos países como Colômbia, Bolívia, Argentina, Chile e Índia.

O que pode o corpo-musicoterapeuta: da escuta clínica para escuta na rua
Mirian Steinberg
Apresentação da pesquisa de mestrado desenvolvida no IA / UNESP, com enfoque na formação de um corpo e de uma escuta do musicoterapeuta expandida para os espaços públicos. Uma reflexão sobre os saberes e fazeres do musicoterapeuta e como seu manejo técnico e científico pode contribuir com questões da área da saúde e subjetividades, problemáticas sociais e ambientais. As bases na escuta das sonoridades e nas narrativas do catador com sua carroça sonora no cotidiano da cidade para criar espaços de encontros afetivos e criativos.
Mirian Steinberg é mestra em artes visuais no IA-UNESP na linha de pesquisa Processos e Procedimentos Artísticos com a pesquisa sobre escutas na rua e performance no cotidiano. Graduada em musicoterapia e especialista em História das Artes Licenciatura em Música. Foi membra do GP CAT - Ciência Arte e Tecnologia no IA/UNESP, onde participou da criação e organização do N’Me Núcleo de Estudos sobre Metodologias de Pesquisa em Artes. Foi docente de Arte e Educação no IFSP/Campus Campos do Jordão. Coordenou o projeto de extensão Tarja Verde, Arte Cultura e Meio Ambiente. Fundadora do coletivo de mulheres artistas Mamilos da Terra atuando com várias ações na temática do protagonismo do feminino em diferentes espaços públicos e privados.

A musicoterapia na promoção da saúde de idosos ativos na universidade
por Mauro Pereira Amoroso Anastacio Júnior
Apresentação da pesquisa em curso no Programa UniversIDADE da UNICAMP para pessoas 60+, cujo objetivo principal é avaliar o impacto da Musicoterapia Social e Comunitária em um grupo de idosos ativos a partir da perspectiva dos mesmos, relacionando os resultados com dimensões associadas ao bem-estar e à qualidade de vida.
Mauro Pereira Amoroso Anastacio Júnior é musicoterapeuta (FMU), músico (UNICAMP), mestre em Ciências (USP) e doutorando em Gerontologia (UNICAMP). Docente na pós- graduação em Musicoterapia da Faculdade Censupeg e FMU. Organizador e autor do livro “Musicoterapia e Gerontologia: teoria e prática” (2023) pela editora Alínea. Foi secretário na Associação de Profissionais e Estudantes de Musicoterapia do Estado de São Paulo e da União Brasileira das Associações de Musicoterapia.

Encantamento e experiência de quase-morte: dimensões musicais e terapêuticas da ritualística ameríndia
por Alessandro Gonçalves Campolina
Experiências de quase morte (EQMs) são eventos psicológicos profundos, que além de acontecerem durante situações que ameaçam a vida, envolvem o relato subsequente de impressões experimentadas em um estado modificado de consciência. Recentemente, pesquisas científicas têm destacado semelhanças notáveis entre alguns eventos de quase-morte e as experiências místicas vivenciadas em rituais de cura. Encontros anomalísticos, experiências de quase morte, tecnologias relacionais e linhas de encantamento são alguns dos elementos que constituem as práticas tradicionais da medicina ancestral amazônica. Os potenciais de cura dessas práticas são, entretanto, indissociáveis da cosmovisão ameríndia e do contexto musical durante a experiência de transe. O presente estudo pretende problematizar as dimensões musicais e terapêuticas dos rituais de cura da Amazônia indígena, a partir da noção de quase-morte.
Alessandro Gonçalves Campolina é médico, pesquisador e professor no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo / Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Participou de diversos treinamentos em Medicina Mente-Corpo no Brasil e no exterior (Centro Mente Aberta da Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, Associação Brasileira de Hipnose, Centro de Musicoterapia Benenzon - Brasil, Instituto Félix Guattari - Brasil, Benson-Henry Institute - Harvard Medical School) e possui certificação internacional em Terapia Psicodélica pelo California Institute of Integral Studies (CIIS, EUA) e pela Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies (MAPS, EUA). Atualmente atua na prática clínica no Instituto Aion - São Paulo, Brasil e coordena projetos de pesquisa na área de terapia psicodélica com cetamina para pacientes com câncer.

A Mixagem dos Afetos - Sonoridades Individuais e o Som do Coletivo
Fernando Ramos
Narra a história atual do dispositivo clínico-artístico consolidado na forma da banda Compulsão Sonora, criada no hospital-dia do Instituto A Casa. O Grupo Aberto Compulsão Sonora é um espaço de criação musical, ensaios coletivos, apresentações e gravação de suas músicas. Utilizamos a música e todo o seu universo como plataforma de relacionamento interpessoal e com o social; a banda é composta por terapeutas e pessoas que enfrentam grandes sofrimentos psíquico-sociais e/ou possuem diagnósticos psiquiátricos. Como um dispositivo clínico-artístico, a banda transcende os papéis tradicionais ocupados pelos terapeutas e pacientes, buscando compreender-se e sustentar-se nessa transversalidade.
Fernando Ramos é músico, performer, psicólogo e psicanalista. Supervisor clínico, analista institucional e coordenador de grupos e equipes no hospital dia do Instituto A Casa. Coordena e atua como baixista e produtor musical da oficina-dispositivo clínico Banda Compulsão Sonora e atual diretor do dispositivo clínico-artístico Grupo Aberto de Teatro. Professor e supervisor do curso de 'Formação na Clínica das Psicoses e Psicopatologias Contemporâneas', ambos no Instituto A CASA, localizado em São Paulo/SP.