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Neste 2023, o III Colóquio Internacional vê renascer a esperança de políticas que garantam o direito à educação para tantos — entre os muitos requerimentos abandonados em nefasto período — com a perspectiva de início de novo governo, cujo compromisso com a democracia e com o direito à igualdade volta a ser celebrado, o que cria expectativas em relação à proposição específica de políticas de educação para jovens e adultos, alijados da participação mais comprometida com a cultura escrita.

A organização e realização deste III Colóquio, em continuidade à consolidação de um espaço comum e regular de circulação de conhecimentos nos campos da EJA e da educação popular, implica a presença de pesquisadores/as consagrados/as nesses campos que possam intercambiar experiências de pesquisa — epistemológicas, teóricas e metodológicas — na temática proposta, com a liberdade de debater e discutir percursos investigativos e trajetórias percorridas.

A opção pela liberdade de ações/reflexões no âmbito da temática visa não só a cativar pesquisadores/as para o evento, mas também professores da educação básica que, no cotidiano de classes de jovens, adultos e idosos, tanto de ensino fundamental quanto de ensino médio produzem experiências criativas que podem partilhar com a academia, aprofundando mutuamente o reflexionamento sobre elas.

Recriar, portanto, esse espaço acadêmico-científico, depois de uma pandemia que obrigou o domínio de alternativas tecnológicas em espaços virtuais enfrenta, nesse momento, outros desafios: superar os altos custos de passagens aéreas (entre tantos fatores, muitos decorrentes da destruição na economia e na vida social e do trabalho), tanto para propiciar a vinda de pesquisadores que dialoguem com a temática e aportem reflexões, quanto para acolher participantes cujas restrições financeiras levam-nos a optar pelo modelo híbrido, sem o que muitos pesquisadores e professores ficam isolados, não podendo intercambiar seus achados e reflexões.

A temática escolhida — Direito à educação para jovens e adultos: políticas, sentidos e efeitos na dignidade humana — dialoga com muitos pesquisadores do campo, mas repõe, também, no centro da disputa e da proposição da sociedade no campo da educação de jovens e adultos, a perspectiva do direito à educação, pilar fundamental da democracia e da igualdade — princípios basilares da Constituição brasileira de 1988.

O III Colóquio Internacional, ao acolher educadores/as cujas ações com públicos jovens, adultos e idosos garantem o direito de aprender por toda a vida sobre qualquer conteúdo, respeita, reconhece e legitima saberes produzidos nas mais diferentes práticas sociais.

EIXOS TEMÁTICOS

a) Políticas de direito à educação para jovens, adultos e idosos: possibilidades para a contemporaneidade democrática

O que pode ser a educação de jovens, adultos e idosos na contemporaneidade? Experiências municipais, estaduais e de escolas, educadores/as que traduzem outras possibilidades de aprender e de atribuir sentidos à função reparadora da EJA.

b) Mídias na pesquisa e em experiências em educação com jovens, adultos e idosos: abordagens, práticas, disseminação de conhecimentos

Desafios da contemporaneidade quanto a uso e compreensão de recursos tecnológicos para sujeitos de todas as idades. Papel de mídias na pesquisa e em experiências: que usos? Que abordagens? Disseminação de conhecimentos na/da/para a EJA com o uso de mídias.

c) Perspectivas, efeitos e sentidos do direito à educação para a dignidade humana de jovens, adultos e idosos: gênero, questões étnico-raciais, classe social

Efeitos e sentidos da interdição e do direito à educação na vida de pessoas não escolarizadas. Marcadores sociais que acentuam interdições ao direito à educação. Emoções e sentimentos que afetam a dignidade humana: histórias e relatos.