PROGRAMAÇÃO
Como estudar a criação quando se cria cada vez menos em suportes materiais? Não há geneticista que não tenha enfrentado essa questão. Neste congresso, queremos respondê-la em conjunto, além de discutir muitas outras questões da contemporaneidade que desafiam os pesquisadores da criação, como: qual a relevância de estudar manuscritos hoje? Como preservar os documentos materiais em formatos digitais? Como organizar os documentos em sites ou formatos hipertextuais? Como estudar aquilo que é deletado? Como lidar com as novas formas de correspondência e criação em conjunto (redes sociais)? Como criar a partir de meios digitais? E como estudar esses meios? O que entendemos hoje por manuscrito? documento? processo? a criação mesma não se torna cada vez menos bastidor e mais a própria cena? Mas também queremos neste congresso confrontar a criação a temas contemporâneos, como as questões identitárias e de gênero, plurilinguismo, intolerância, inclusão, radicalização política e migrações. É preciso, como diria Mário de Andrade, ter a “coragem do contemporâneo”, olhando para esses novos suportes ou novas produções, mas também observar o histórico com o olhar do presente, recortando e apontando para aquilo que produz sentido ou ruído nesse presente.... As questões identitárias, de gênero, sócio-políticas, entre outras comumente abraçadas pelos estudos culturais, podem reconfigurar também o aparato teórico da crítica genética. Nesses “rascunhos do contemporâneo”, não se trata de abordar apenas a produção artística mais atual, mas antes de integrar modos contemporâneos de pensar ao estudo da criação.