O estudo resgata o debate teórico sobre o criticismo e aborda a falta de discussão criminológica em relação à questão animal, que está ligada ao eixo estrutural capitalista, apesar dos avanços científicos recentes. A proposta é ajustar a análise, além da noção de crime, incorporando a categoria heurística de "dano social" (social harm), desenvolvida nas novas investigações em sociologia jurídico-penal. Essa abordagem busca reavaliar epistemologicamente a análise criminológica e, com essa nova ferramenta, revelar violências frequentemente invisibilizadas.
O estudo argumenta que gênero, raça e classe são variáveis essenciais para uma compreensão emancipatória da questão criminal. No entanto, para um pensamento crítico mais completo, é fundamental que o campo criminológico também explore a variável espécie, especialmente o especismo e seus impactos nas relações de poder. A hipótese defendida é que a criminologia crítica deve evoluir para englobar não apenas a libertação humana, mas também a libertação animal, conforme sustentado pelas criminologias alternativas, particularmente a green criminology
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