A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa imunoprevenível causada por arbovírus do gênero Flavivírus, de espectro clínico variável, mas com elevada letalidade quando grave. Apresenta dois ciclos de transmissão: silvestre, onde o ciclo de transmissão envolve principalmente vetores do gênero Haemagogus e Sabethes que atuam como reservatórios e dispersores do vírus na natureza, os primatas não humanos (PNH) que funcionam como hospedeiros amplificadores do vírus e o homem que representa um hospedeiro acidental; e o urbano, onde o homem atua como hospedeiro principal e fonte de infecção para o vetor Aedes aegypti.
Cabe destacar que a febre amarela urbana não é registrada no Brasil desde 1942. Porém, dada as características do ciclo que ocorre em ambiente de mata, a febre amarela silvestre (FAS) não é passível de eliminação, o que torna imprescindível a ação integrada entre os setores de saúde, meio ambiente, turismo, ensino, pesquisa, sociedade civil, dentre outros, com o objetivo de diminuir os riscos de transmissão da doença. No setor saúde, as ações devem envolver os diferentes componentes relacionados com prevenção, controle e assistência de casos, como: Vigilância Entomológica, Vigilância de Epizootias, Vigilância Epidemiológica e Assistência de Casos Humanos, Programa de Imunização, Vigilância Laboratorial e o eixo de Educação e Comunicação em Saúde.
Para que as ações de vigilância e controle da FA sejam efetivas é importante conhecer o padrão de ocorrência da doença que, no Brasil, apresenta marcada sazonalidade relacionada às condições ambientais e climáticas, as quais favorecem a transmissão do vírus e a exposição de indivíduos suscetíveis a situações de risco. Também é importante que todos os profissionais envolvidos nas atividade de vigilância em Saúde estejam atualizados e capacitados para execução das ações de forma oportuna e adequada.
Assim, o presente curso visa qualificar profissionais da vigilância em saúde (vigilância em saúde ambiental/zoonoses e vigilância epidemiológica) sobre os aspectos gerais da vigilância da febre amarela e uso do aplicativo SISS-GEO como ferramenta complementar na vigilância de epizootias de primatas não humanos (PNH).