Palestra promovida pelo grupo de pesquisa e estudos Arqueologia do sensível (Facom-UFBA), com a professora e pesquisadora Fernanda Sousa (USP), como parte do projeto #Anarqueológicas, realizada em 25/06/2020, com transmissão ao vivo, a partir das 17h.
Mais sobre a palestra: https://bit.ly/palestrafernandasousa
Resumo:
A partir da leitura de trechos do romance Amada, da escritora afro-americana Toni Morrison, publicado em 1987, inspirado em uma história real e protagonizado por Sethe, uma ex-escravizada que consegue fugir da escravidão com seus quatro filhos, mas, ao se ver prestes a ser reencontrada pelo seu dono, tenta matá-los, conseguindo assassinar apenas um deles, uma bebê de 2 anos, serão discutidas as relações entre literatura e história, imaginação e arquivo, linguagem e sofrimento, à luz das figurações ambivalentes de um amor redentor e, ao mesmo tempo, destruidor, que marca a obra. Amada é, então, entendido, não apenas como um romance sobre escravidão, mas principalmente sobre as possibilidades e limites do amor em meio a uma violência que, além de fisicamente matar, produz simbolicamente uma segunda morte: a da abstração de vidas em números, contas, estatísticas. Implodindo essa gramática quantitativa dos corpos, em Amada mortos ganham corpo, números ganham nome e a experiência do "terror indizível da escravidão" - expressão de Paul Gilroy (2001) - ganha uma linguagem imprevista e aparentemente impossível: o amor.
Mais informações sobre o grupo estão disponíveis em: https://bit.ly/arqueologia-do-sensivel
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