"E quando esse amor pode te destruir?" Amor, sofrimento e imaginação em Amada, de Toni Morrison

Palestra com Fernanda Sousa (USP)

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Quinta, 25 de junho de 2020 Das 17:00 às 20:00

Sobre o Evento

Palestra promovida pelo grupo de pesquisa e estudos Arqueologia do sensível (Facom-UFBA), com a professora e pesquisadora Fernanda Sousa (USP), como parte do projeto #Anarqueológicas, realizada em 25/06/2020, com transmissão ao vivo, a partir das 17h.

Mais sobre a palestra: https://bit.ly/palestrafernandasousa

Resumo:
A partir da leitura de trechos do romance Amada, da escritora afro-americana Toni Morrison, publicado em 1987, inspirado em uma história real e protagonizado por Sethe, uma ex-escravizada que consegue fugir da escravidão com seus quatro filhos, mas, ao se ver prestes a ser reencontrada pelo seu dono, tenta matá-los, conseguindo assassinar apenas um deles, uma bebê de 2 anos, serão discutidas as relações entre literatura e história, imaginação e arquivo, linguagem e sofrimento, à luz das figurações ambivalentes de um amor redentor e, ao mesmo tempo, destruidor, que marca a obra. Amada é, então, entendido, não apenas como um romance sobre escravidão, mas principalmente sobre as possibilidades e limites do amor em meio a uma violência que, além de fisicamente matar, produz simbolicamente uma segunda morte: a da abstração de vidas em números, contas, estatísticas. Implodindo essa gramática quantitativa dos corpos, em Amada mortos ganham corpo, números ganham nome e a experiência do "terror indizível da escravidão" - expressão de Paul Gilroy (2001) - ganha uma linguagem imprevista e aparentemente impossível: o amor.

Mais informações sobre o grupo estão disponíveis em: https://bit.ly/arqueologia-do-sensivel

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Organizador

Grupo de pesquisa Arqueologia do sensível

O grupo de pesquisa e estudos Arqueologia do Sensível, criado em abril de 2018, sediado na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia e coordenado pelos professores Marcelo Monteiro Costa e Marcelo Rodrigues Souza Ribeiro, busca refletir sobre a imagem em sentido amplo, em perspectiva histórica e antropológica, com um interesse aberto em diversas possibilidades de estudos e experiências.

Trata-se de uma iniciativa de articulação interdisciplinar – e, potencialmente, indisciplinar e intersticial – que visa ao desenvolvimento de investigações teóricas, críticas, historiográficas, criativas e experimentais relacionadas às diferentes configurações da experiência das imagens. Com base em atuação institucional nos estudos de cinema e audiovisual e na comunicação, pretende-se explorar possibilidades de diálogo entre perspectivas dos campos da história, da antropologia, da literatura, dos estudos de arte e cultura visual, entre outros horizontes de interlocução, para tornar possível a constituição de uma rede de pesquisadores/as.

O que define essa rede em construção é a partilha do interesse em um horizonte empírico ampliado, definido pelo conceito de sensível, e em uma abertura metodológica radical, definida pelo conceito de arqueologia.