O evento em questão (II ENEQ - Encontro Nacional dos Estudantes Quilombolas) é a continuidade do movimento iniciado com a realização do I ENEQ- Encontro Nacional dos Estudantes Quilombolas, cuja temática foi: “Estudantes Quilombolas na Trincheira de Luta: Permanência e (R)existência”, realizado no maior quilombo do Brasil - Kalunga, na cidade de Cavalcante no estado de Goiás – nos dias 16, 17, 18 e 19 de novembro de 2018. Organizado pelas e pelos estudantes quilombolas da UFG - Universidade Federal de Goiás e da UnB - Universidade de Brasília, o I ENEQ teve como objetivo a voltar à comunidade, para que a partir dela e de seus conhecimentos ancestrais se pensassem em saúde, educação inclusiva, políticas de permanências e a interlocução com o direito à terra. A escolha do quilombo Kalunga, justificou-se pelo seu histórico de resistência e sua importância para a região e para o país. Nesse sentido, foi escolhido por unanimidade em plenária final o estado do Rio Grande do Sul para sediar o II ENEQ, esse que ocupa o 6 ° lugar do país em números de comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares, mas que é referenciado nacionalmente na mídia como um espaço composto apenas por descendentes de imigrantes europeus, o que contribui para a invisibilidade de um povo que participou ativamente da construção histórica, social, cultural e econômica desse. Nesse viés, assim como os demais estados brasileiros, o Rio Grande do Sul foi alicerçado economicamente por meio de mão de obra escravizada e até os dias atuais retrata as consequências sociais (exclusão e marginalização) reflexos da falta de políticas públicas voltadas para o combate e reparação da violência escravagista. Partindo desse entendimento, objetivamos (re)pensar espaços formativos de conversas, debates, de construção e de formação para o combate às opressões e aos constantes retrocessos nas políticas de acesso e permanência na universidade. Na mesma lógica, visamos debater acerca do direito à terra e sua importância para a sobrevivência e resistência dos quilombos, de modo a possibilitar uma interlocução entre as comunidades quilombolas, as universidades, as comunidades periféricas, os movimentos sociais e os setores institucionais. Portanto, esse diálogo visa fomentar um processo coletivo de discussão, efetivação e multiplicação da luta pelos nossos territórios e pela nossa emancipação coletiva enquanto cidadãos em um Estado democrático e de direito, bem como, promover o acesso e o reconhecimento da cultura de matrizes afro brasileiras para que haja respeito com a nossa ancestralidade.
Qualquer dúvida acessa a Circular N° 001/ 2019, Disponivel em:https://docs.google.com/document/d/14pMaArFAqj7c7l-HGPJg_ZBRmvVHSNlD_wvekufrNQk/edit?usp=sharing
Ou pelo Email: eneq2019@gmail.com