VIII Encontro Linguagem e Cognição

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De 13 a 15 de dezembro Todos os dias das 19h00 às 22h00

Sobre o Evento

O Grupo Linguagem e Cognição da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) realizará o VIII Encontro Linguagem e Cognição nos dias 13, 14 e 15 de dezembro de 2021. A transmissão será a partir das 19h pelo canal do YouTube (https://www.youtube.com/channel/UCfELAYAvllXel9IyfXDfKtA).

O evento deste ano contará com pesquisadores de várias partes do Brasil e focará nas discussões das áreas de Filosofia da Mente e de Ciências Cognitivas. As inscrições são gratuitas. Os certificados serão emitidos para as pessoas que participarem dos três dias de evento. Para tanto, além da inscrição, os participantes devem assinar a lista de frequência de todos os dias do evento.

O Grupo Linguagem e Cognição foi criado em 2012 e está vinculado à Licenciatura em Filosofia e ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Esse Grupo está devidamente cadastrado junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e desenvolve atividades nas áreas de Filosofia da Linguagem, Filosofia da Mente, Ciências Cognitivas, Epistemologia, Filosofia da Ciência e Lógica.

Algumas publicações realizadas pelo Grupo podem ser encontradas nos livros Escritos de Filosofia: Linguagem e Cognição – Volume III (https://www.editorafi.org/748filosofia) & Volume IV (https://www.editorafi.org/030ufal) – e no Dossiê Linguagem e Cognição da Revista Prometheus (https://seer.ufs.br/index.php/prometeus/issue/view/861).

Programação

13 de Dezembro (2ª-feira)

Mariana C. Broens (Lattes: http://lattes.cnpq.br/1539132162595200)

19h – Aspectos éticos e epistêmicos da adesão a crenças no contexto das tecnologias de informação e comunicação

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo central analisar o conceito de evidência no âmbito do processo de adesão e fixação de crenças a partir do debate entre o evidencialismo estrito de William Clifford (1959/2021) e o contextualismo de William James (1912). As análises aqui propostas são inspiradas na concepção pragmatista (Peirce, 1877), disposicionalista, de crença, segundo a qual um agente acredita que p quando atua como se p fosse o caso em circunstâncias propicias. Para isso pretendo discutir (1) alguns dos significados do conceito de evidência, (2) os diferentes papeis (epistêmicos e éticos) que ela desempenha em distintas áreas do conhecimento científico e (3) no conhecimento comum e (4) o problema contemporâneo da invocação de pseudo-evidências em ecossistemas digitais em que prolifera a desinformação.

Palavras-Chave: Evidência. Crença. Disposicionalismo. Informação. Desinformação. Redes Sociais Digitais.

Candida de Sousa Melo (Lattes: http://lattes.cnpq.br/0557700020172161)

20h – Do naturalismo biológico de John Searle na filosofia da mente

Resumo: O papel que a mente (consciência, intencionalidade e racionalidade) exerce nas nossas ações voluntárias tem sido questionado há várias décadas, no seio das neurociências e da filosofia da mente. Enquanto alguns filósofos manifestam dúvidas sobre as conclusões oriundas dos resultados da neurociência indicando que os processos neurológicos inconscientes precedem e produzem potencialmente tanto a sensação de tomada de decisão voluntária quanto a realização do próprio ato motor, outros se alinham completamente às evidências (obtidas em laboratórios) e defendem a redução dos estados mentais aos processos puramente cerebrais. O ceticismo sobre o real papel dos estados de consciência, por exemplo, cujo traço característico é a subjetividade, é, portanto, bem fundamentado e representa uma tendência teórica no âmbito da filosofia analítica da mente. Muitos tentaram naturalizar a consciência a fim de salvá-la da redução ontológica sem, no entanto, poder evitar a redução causal. Neste trabalho, analisamos a abordagem do naturalismo biológico de John Searle sobre o papel causal dos estados mentais e a crítica que Jaegwon Kim lhe inflige.

Palavras-Chave: Naturalismo Biológico. Causação Mental. Consciência. Estados e Ações Intencionais. Redução Ontológica.

14 de Dezembro (3ª-feira)

Diego Azevedo Leite (Lattes: http://lattes.cnpq.br/1946604167387402)

19h – Integração teórica neomecanicista para a Ciência cognitiva: uma avaliação

Resumo: Muitos proponentes influentes da filosofia da ciência neomecanicista aplicada à ciência cognitiva contemporânea defendem a sua proposta como uma forma de integrar teoricamente este campo científico marcado historicamente por fragmentação e diversidade teórica. Contudo, os obstáculos para se alcançar integração teórica significativa na ciência cognitiva são muitos. Nesta comunicação, eu vou analisar a proposta integrativa neomecanicista em relação à três dimensões centrais do debate contemporâneo: 1) a disputa com outras macroteorias (a ‘teoria da cognição 4E’ e o ‘reducionismo neurocognitivo forte’) pelo predomínio teórico na área; 2) a questão da autonomia explicativa da ciência cognitiva em relação a certos fenômenos complexos da cognição humana; 3) a proposta de ‘computação cognitiva mecanicista’, enquanto uma forma de compreender e explicar a natureza das representações mentais humanas e a sua relação. Conclui-se a comunicação com uma avaliação da proposta integrativa neomecanicista na ciência cognitiva em relação aos temas tratados, indicando em quais pontos a teoria apresenta vantagens para o avanço do conhecimento no campo e em quais pontos ela apresenta deficiências.

Palavras-chave: Neomecanicismo. Ciência Cognitiva Teórica. Filosofia da Ciência Cognitiva. Integração Científica. Filosofia da Mente.

José André Ribeiro (Lattes: http://lattes.cnpq.br/2909888019684406)

20h Corpo e psyche no Cármides (154e-158c), de Platão

Resumo: O intuito da apresentação será criticar as constantes aproximações feitas entre Platão e o cristianismo, sobretudo aquelas que atribuem à obra platônica a defesa de um dualismo substancialista. Para tanto, será adotada uma obra específica, o Cármides, para se mostrar um modelo interpretativo diferente, no qual o rótulo de dualista metafísico substancialista não pode lhe ser atribuído diretamente, especialmente na abordagem sobre a relação entre psyche e corpo. Indicaremos um trecho pontual do diálogo, 154e-158c, que permite uma interpretação não necessariamente substancialista, pois a relação entre corpo e psyche pode ser explicitada por um viés relacional, no sentido de pensar psyche e corpo como termos interdependentes, de modo a que a saúde do ser humano é, ao mesmo tempo, delineada a partir da relação de um com o outro. Diante disso, apostaremos que é possível situar Platão em um panorama mais moderado de dualismo, a partir do qual a filosofia platônica esteja afastada do paradigma teórico substancialista.

Palavras-Chave: Platão. Dualismo. Substancialismo. Psyche. Corpo.

15 de Dezembro (4ª-feira)

Sérgio Farias de Souza Filho (Lattes: http://lattes.cnpq.br/7804023072516368)

19h Intencionalidade mínima

Resumo: Teorias naturalistas da representação mental têm sido acusadas de serem muito liberais quanto às condições mínimas para a intencionalidade. Isto é, tais teorias tratariam vários estados que não são representacionais como estados genuinamente representacionais. Por trás deste ataque está o problema da demarcação: quais as condições mínimas para a intencionalidade que um estado deve satisfazer a fim de ser genuinamente representacional? Quais são os limites da intencionalidade? Nesta apresentação, irei desenvolver uma proposta dual a fim de solucionar este problema. Defenderei que há duas condições mínimas para a intencionalidade, a saber, a condição do padrão de sucesso e a condição do mecanismo de constância. O objetivo desta apresentação é argumentar que conjuntamente estas duas condições demarcam os limites da intencionalidade.

Palavras-chave: intencionalidade mínima; problema da demarcação; teorias naturalistas da representação mental; mecanismo de constância; padrão de sucesso.

Texto da Palestra: https://philpapers.org/rec/FILADP-2

João de Fernandes Teixeira (Lattes: http://lattes.cnpq.br/8864985279295912)

20h – A desorganização do conhecimento: internet, pós-verdade e anti-ciência

Resumo: A palestra tem como objetivo examinar o estado atual do conhecimento diante das novas tecnologias digitais. Destaca-se a análise do tribalismo digital e dos fatores que produziram fenômenos aberrantes como a pós-verdade e o desenvolvimento da anti-ciência.

Palavras-Chave: Pós-Verdade. Anti-Ciência. Tribalismo Moral. Anti-Vacinação. Reclassificação das Ciências.

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Organizador

Marcus José alves de Souza; Maxwell Morais de Lima Filho; João Dias