O Encontro de Pesquisa em Educação em Alagoas chega à sua 11ª edição, num momento em que a educação brasileira enfrenta desafios profundos: cortes de direitos, desmonte de políticas públicas, precarização do trabalho docente e tentativa de silenciar vozes e conhecimentos historicamente marginalizados. Diante disso, o XI EPEAL se ergue como espaço de resistência, diálogo e produção de sentidos, reunindo profissionais da Educação Básica, estudantes de graduação e pós-graduação, docentes e pesquisadores de todas as regiões do país, num grande pacto coletivo pela educação pública, gratuita, laica e socialmente comprometida.
O tema “Educação, Pesquisa e Compromisso Social”, não é apenas uma provocação teórica, é um chamado à ação. Convoca-nos a pensar o lugar da pesquisa acadêmica na luta por justiça social, nas instituições de Educação Infantil e Escolas de Ensino Fundamental e Médio, nas universidades, nas ruas e nos territórios de saber e vida. Pensar esse compromisso exige coragem epistêmica e política, dessa forma, pergunta-se: como romper com as lógicas colonialistas, adultocêntricas, meritocráticas e neoliberais que continuam moldando a formação e a produção de conhecimento no Brasil?
Nesse sentido, o EPEAL reconhece e celebra os saberes múltiplos que coexistem na educação: acadêmicos, populares, escolares, territoriais, indígenas, quilombolas e ancestrais. Valorizando a diversidade epistemológica e a interdisciplinaridade, o evento reúne contribuições dos campos da Pedagogia, Filosofia, Ciências Sociais, História, Psicologia, Letras, Artes, Comunicação, dentre outros, apostando em abordagens críticas que coloquem em diálogo teoria e prática, escola e comunidade, ciência e cultura.
As atividades acontecerão em dois espaços simbólicos e potentes: o Campus A.C. Simões da Universidade Federal de Alagoas e a Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que ocorrerá no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió/AL. Ao ocupar esses lugares e articular diferentes públicos, o EPEAL fortalece a conexão entre universidade, escolas, movimentos sociais, redes educativas e comunidades locais, promovendo trocas que atravessam muros e fronteiras disciplinares.
As discussões abrangerão uma ampla diversidade de temáticas: educação e linguagens (matemática, ciências, leitura e escrita, artes visuais, dentre outras); infâncias, juventudes, adultos, idosos e suas múltiplas experiências; formação docente; políticas públicas; Educação em Direitos Humanos; currículos; educação inclusiva; educação popular; tecnologias digitais; democracia; cultura e decolonialidade. Ademais, serão abordados os desafios enfrentados nas diferentes etapas da educação (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior), e em suas modalidades, como a Educação de Pessoas Jovens e Adultas (EPJA), a Educação Especial, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar Quilombola, entre outras.
Em tempos de neoliberalismo feroz, apagamentos históricos e negação de direitos, o EPEAL se propõe como trincheira de criação e (re)existência. Um espaço para pensar a educação que queremos, com coragem, rigor e sensibilidade. Um território de encontro entre saberes acadêmicos, populares e ancestrais, onde diferentes vozes constroem, juntas, alternativas para uma sociedade mais justa, plural e democrática.
Inspirados nas palavras de Ailton Krenak, reconhecemos que este evento é, também, “um tempo para adiar o fim do mundo — e reafirmar a vida”. E, como nos ensinou Paulo Freire, lembrar que educação como prática da liberdade é o caminho possível quando queremos, de fato, transformar o mundo e não apenas adaptá-lo.
Participe! Traga sua escuta, sua pesquisa e sua presença. O EPEAL é feito de encontros que semeiam futuros possíveis.
