O Centro Acadêmico Sir Alexander Fleming (CASAF) em conjunto com a Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade (LAMFaC) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) têm o prazer de apresentar o I Simpósio pela Saúde Pública: "saúde é democracia e democracia é saúde"!
Em uma conjuntura econômica de constantes desmontes de políticas públicas, defender a democracia é, antes de mais nada, assumir um postura ativa em defesa do nosso sistema de saúde público, compreendendo que, a partir dele, tivemos a democratização do acesso à saúde no nosso país de forma ampla e integral. Com o nosso SUS, o Brasil se tornou o único país com mais de 100 milhões de habitantes a levar assistência médica gratuita a toda população. E isso é fortemente relevante se pensarmos que, antes do SUS, a saúde pública estava atrelada totalmente a um viés econômico, desconsiderando as reais desigualdades da população. Tínhamos um sistema movido pela dinâmica do lucro e da produção, não dando um enfoque para a saúde íntegra dos trabalhadores.
Em pleno processo de redemocratização do Brasil, com a Constituição de 3 de Outubro de 1988, após um histórico sinuoso e permeado pelas resistências políticas e econômicas para criação de um sistema de saúde universal e democrático, discute-se um novo paradigma do conceito ampliado de saúde que se materializa na criação do Sistema Único de Saúde. O SUS é considerado hoje um dos melhores projetos de saúde pública do mundo devido ao seus princípios e diretrizes, que garantem um acesso universal a todos os cidadãos e cidadãs, inclusive estrangeiros. O protagonismo do SUS, sobretudo em um contexto de pandemia, está atrelado ao modo como se dissocia integralmente a saúde do conceito de mercadoria. Sabemos que ainda há críticos gargalos, bem atrelados às disparidades regionais brasileiras, a precarização do SUS e a mercantilização da saúde.
Ao se pensar sobre essas problemáticas, surge a necessidade de elaborarmos um evento sobre e pela Saúde Pública. Debater sobre o histórico político, os papéis de atuação, as políticas de saúde para populações marginalizadas socialmente e as perspectivas futuras do SUS é assumir uma postura política ativa diante tantos desmontes da saúde pública brasileira devido a um viés econômico neoliberal, que enxerga 'saúde' e 'mercadoria' nos mesmos campos semânticos. Defender o SUS é, portanto, um dever nosso enquanto futuros profissionais de saúde. Para além disso, defender o SUS é compreender que ele está intimamente atrelado à democracia. Porque o SUS é direito de todxs nós. Como diria o sanitarista Sergio Arouca em seu discurso de abertura na 8ª Conferência Nacional de Saúde (8ª CNS), realizada em 1986, "saúde é democracia e democracia é saúde".
Nesse Simpósio em defesa pela Saúde Pública, abordaremos temáticas que permeiam essa questão, tão necessária e atual, visto que entendemos que saúde não é meramente a ausência de doenças. Arouca ainda afirmava que saúde é "um bem-estar social que pode significar que as pessoas tenham mais alguma coisa do que simplesmente não estar doentes: que tenham direito à casa, ao trabalho, ao salário condigno, à água, à vestimenta, à educação, às informações sobre como dominar o mundo e transformá-lo". E justamente por isso, que a saúde é indissociável da democracia, e vice-versa, para coexistirem.
O I Simpósio pela Saúde Pública será totalmente gratuito e online. Será transmitido pelo canal do YouTube do CASAF (casafuerj) e enviaremos o link pelo email cadastrado aqui no doity. Além disso, contará com certificação de 15 horas complementares para os ouvintes que cumprirem 75% de presença (ou seja, o credencimento em, pelo menos, 7 das 10 palestras).
Contamos muito com a presença de vocês para esse evento que abordará temas sensíveis e de grande relevância para o contexto atual da saúde pública brasileira!