Mesa-redonda - Literatura e arte urbana

  • Narrativas visuais geolocalizadas - Prof.ª Dr.ª Luisa Paraguai (PUC-Campinas) 

No contexto da pesquisa em Artes e Tecnologia, pretende-se abordar a cartografia crítica — Harley (1989) e Crampton e Krygier (2015) — como método para geolocalizar as narrativas visuais. A imagem formaliza-se no espaço enquanto "palavras-coisa" (Campos, 1956) — uma experiência narrativa espacial (Dubois, 2016). Neste sentido, apresentam-se algumas obras — como "voce está aqui" de Tadeu Jungle, "Poetrica" de Giselle Beiguelman — enquanto ações artísticas de subversão dos arranjos técnicos (Feenberg, 2005), na medida em que evocam práticas indisciplinares de ocupação do espaço urbano.

  • Poetas do Slam: suas vozes, seus textos - Prof.ª Dr.ª Ana Lúcia Trevisan (UPM)

Uma abordagem possível dos estudos literários pode centrar-se no exame dos contextos socioeconômicos que autorizam, legitimam ou silenciam as distintas formas das produções literárias. Como estuda Gisele Sapiro (2016), a literatura mantém relações com diferentes esferas de poder, explicitando, assim, certas posições hierárquicas complexas que incidem na produção e na circulação do objeto literário. Sabe-se que o ofício do escritor se evidencia nas condições possíveis para o exercício de suas atividades, logo, as formas de organização de seu papel social e de sua atuação profissional tornam-se um caminho para uma compreensão ampla do mundo das Letras. Partindo dessa compreensão da literatura como um fato social, o presente trabalho examina a trajetória literária da poeta Midria, do Slam das minas e da poeta Tawane Theodoro, do Slam do 13zinho a fim de compreender a dinâmica da produção e circulação da poesia falada, que nasce como performance em meio ao espaço urbano, mas pode, também,  materializar-se em publicações de diferentes formatos, circular em festivais, concorrer a prêmios literários ou favorecer ações educativas, permitindo, assim, uma reflexão a respeito das diferentes esferas da literatura, entendida aqui como fato social, estético e material.

  • Arte urbana e a arte de ler a cidade - Denize Bacoccina e Clayton Mello (A vida no centro)

A arte urbana é um espelho das pautas em discussão na sociedade naquele momento. São Paulo é hoje uma galeria de arte a céu aberto, como mostram espaços como o Minhocão e o Beco do Batman, repletos de obras de arte. Mas não se trata de uma arte apenas contemplativa. Pelo contrário. São espaços de ativismo, plataformas de discussão sobre a cidade e os temas que mobilizam seus habitantes. Artistas de diversas origens usam empenas e ruas de São Paulo como suportes de mídia para expressar suas visões de mundo, angústias, desejos e sonhos. Esses espaços se transformaram em plataformas de criação e inovação que expressam de poesia a mensagens sociais que lançam olhares sobre ancestralidade, feminismo, protagonismo negro, desigualdade social, preservação ambiental e a riqueza cultural das periferias. Como podemos enriquecer o nosso olhar para a cidade por meio da arte urbana? O que podemos aprender sobre as questões contemporâneas e sua diversidade de atores? E que maneira essa arte dialoga com a literatura?

 

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