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Palavras-chave: Utilize no mínimo 3 e no máximo 5 palavras-chave.
Referências Bibliográficas: deve constar três referências bibliográficas que contribuam para a discussão, seguindo OBRIGATORIAMENTE as normas da ABNT
PERÍODO PARA SUBMISSÕES:
30 DE JUNHO A 10 DE AGOSTO DE 2025
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Confira abaixo a lista de Simpósios Temáticos aprovados para o Seminário.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 1 QUADRINHOS E AUDIOVISUAL COMO PRÁTICAS DE MERCADO, MEDIAÇÃO E REPRESENTAÇÃO
Márcio dos Santos Rodrigues (IFMA - Campus Coelho Neto)
Lucas Mello Neiva (USP)
Esta proposta de Simpósio Temático reúne trabalhos que, a partir de perspectivas históricas, historiográficas e culturais, examinem criticamente os circuitos de produção, circulação, tradução, recepção e consumo tanto das histórias em quadrinhos quanto das mídias audiovisuais. Consideradas como formas expressivas atravessadas por redes simbólicas, tecnológicas e econômicas, essas linguagens operam na construção de significados e imaginários sociais, exigindo abordagens que deem conta de suas intersecções, tensões internas e contradições estruturais. Parte-se da constatação de que os mercados de quadrinhos e audiovisual constituem campos dinâmicos, organizados por disputas estéticas, ideológicas e materiais. Interessa ao ST compreender os processos que engendram os produtos culturais, desde as escolhas editoriais e de direção até os regimes de tradução e adaptação, observando as formas pelas quais diferentes agentes – autores, editores, produtores, curadores, tradutores, público – operam dentro de estruturas de poder e negociação. As práticas de circulação e consumo, especialmente em contextos mediados por plataformas digitais, redes transnacionais de produção e novas formas de mediação cultural, como a figura do influenciador digital, configuram novas dinâmicas de legitimação e visibilidade, cujos efeitos simbólicos merecem atenção analítica. Também são dignos de análise os espaços como feiras, festivais, convenções e exposições, que operam não apenas como instâncias de comercialização, mas como arenas de consagração e disputa, em que se negociam visibilidades e legitimidades. Outro eixo de interesse refere-se às práticas de consumo e à produção de valor simbólico em torno de marcadores sociais como raça, etnia, gênero, classe e sexualidade. Serão valorizadas propostas que analisem como determinadas convenções visuais, consolidadas ao longo da história dos quadrinhos e do audiovisual, contribuíram para instituir hierarquias simbólicas, frequentemente racializadas, seja pela centralização de corpos e narrativas brancas, seja pela codificação ou marginalização de outras formas de existência e enunciação. É fundamental, nesse processo, evitar abordagens que incorram em essencializações ou generalizações, privilegiando análises que reconheçam a complexidade, a variação histórica e a especificidade dos contextos de produção e recepção. Também serão bem-vindas reflexões sobre as estratégias desenvolvidas por autorias racializadas que tensionam esses códigos, reconfiguram visualidades e produzem deslocamentos nos regimes de representação. O simpósio propõe, portanto, um espaço de debate voltado à análise situada das imagens, compreendendo-as como construções históricas vinculadas a campos de força e disputas políticas que atravessam as culturas visuais contemporâneas.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO 2 ENTRE A TELA E O REQUADRO: FRONTEIRAS INTERMIDIÁTICAS ENTRE HISTÓRIA EM QUADRINHOS E O CINEMA
Alessandra Matias Querido (Unb)
O presente simpósio temático propõe um espaço de discussão para pesquisas que investiguem as relações intermidiáticas entre Histórias em quadrinhos e o Cinema, com ênfase nos processos de adaptação, transposição e diálogo entre essas linguagens. Nesse sentido, a proposta busca investigar como as fronteiras entre as linguagens são cruzadas, ressignificadas ou dissolvidas, gerando produtos culturais que desafiam noções fixas de originalidade e fidelidade. Partimos do pressuposto de que tanto os quadrinhos quanto o cinema constituem sistemas semióticos complexos, cujas interações produzem significados que vão além da simples reprodução de conteúdos. Assim, a justificativa para esta proposta reside na necessidade de compreender criticamente os mecanismos pelos quais as narrativas das HQs são transformadas ao migrarem para o cinema – e vice-versa –, gerando novas camadas de interpretação. Como destacam teóricos da intermidialidade, segundo Irina Rajewsky (2012), em Intermidialidade e estudos interartes: desafios da arte contemporânea, essas relações podem se manifestar através de três vias principais: a transposição midiática (como nas adaptações de graphic novels para filmes), a combinação de mídias (quando linguagens se hibridizam, como nos quadrinhos que emulam técnicas cinematográficas) e a referência intermidiática (evocações estilísticas ou temáticas de uma mídia na outra). Esses processos não são meramente técnicos, mas implicam escolhas culturais, políticas e criativas que merecem análise crítica. Outrossim, o conceito de ecossistema, proposto por Barbieri (2017), em A linguagem dos quadrinhos, oferece um aporte valioso ao entender as linguagens como entidades dinâmicas, que se alimentam de empréstimos e transformações mútuas. Além disso, como argumenta Linda Hutcheon (2013), em A Theory of Adaptation, a adaptação não se resume a uma simples reprodução de conteúdos, mas a um processo criativo de reinterpretação e ressignificação, no qual a obra adaptada ganha novas camadas de sentido ao migrar entre mídias. Essa perspectiva dialoga diretamente com as dinâmicas intermidiáticas discutidas por Rajewsky (2012) e com o caráter ecossistêmico destacado por Barbieri (2017), reforçando que os cruzamentos entre HQs e cinema são atos de recriação cultural, nos quais elementos formais e narrativos são reconfigurados em função de novas linguagens e contextos. Diante desse contexto, este simpósio receberá trabalhos que explorem a transposição ou interferência midiática, bem como trabalhos que investiguem a HQ assumindo características do cinema ou o cinema assumindo características da HQ nos moldes da adaptação ou da intermidialidade. Interessa-nos, então, discutir como essas interações midiáticas refletem e, ao mesmo tempo, transformam o contexto cultural em que estão inseridas. Isso porque, as fronteiras entre quadrinhos e cinema são, afinal, zonas de experimentação – e é nessa tensão criativa que este simpósio busca se situar.
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SIMPÓSIO 3 REPRESENTAÇÕES DO TRAUMA NO CINEMA E NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Victor Callari (USP)
Jorge Edson Paiva Gonçalves da Silva (Unifesp)
Eric Hobsbawm caracterizou as primeiras décadas do século XX como a “Era das Catástrofes”, um período que se estendeu do início da Primeira Grande Guerra até o final da Segunda Guerra Mundial. A multiplicidade de memórias e de representações relacionadas a esses dois eventos constitui pilar fundamental da organização política e social dos anos subsequentes. Os estudos e pesquisas sobre esses eventos, aliados ao advento da Guerra do Vietnã, contribuíram com a consolidação do fenômeno do Trauma na década de 1980, impulsionado pelo reconhecimento do Transtorno de Stress Pós-Traumático por parte da American Psychiatric Association, em sua publicação Diagnostic and Statistical Manula of Mental Disorders. Nesse sentido, esse ST busca reunir pesquisas que investiguem, a partir de perspectivas historiográficas e multidisciplinares, as representações de eventos e experiências consideradas traumáticas nos séculos XX e XXI, materializadas em histórias em quadrinhos e narrativas audiovisuais. Entre esses eventos, consideramos as duas guerras mundiais, a guerra do Vietnã, conflitos no continente africano e no Oriente Médio, as ditaduras na América Latina, atentados terroristas, a recente guerra na Ucrania, além de desastres e catástrofes naturais, como o furacão Katrina e os desastres de Brumadinho e Mariana, buscando revelar por meio da apreciação estética a dimensão política dessas representações e de que forma elas contribuem para a consolidação de uma determinada memória sobre esses eventos. Procuramos também por pesquisas que reflitam sobre os limites éticos das representações do Trauma, considerando as reflexões promovidas por Susan Sontag em seu ensaio “Diante da dor dos outros” (2003) bem como sobre o papel que linguagens como o Cinema e as Histórias em Quadrinhos podem desempenhar no testemunho desses eventos, na possibilidade de dar voz às vítimas e na preservação de suas memórias.
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SIMPÓSIO 4 REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NAS MÍDIAS VISUAIS: QUADRINHOS, CINEMA E ANIMAÇÃO
Daniel Camurça Correia (ProfHistória/UFC)
Rodrigo Aparecido de Araújo Pedroso (USP)
Este Simpósio Temático propõe discutir representações de gênero e sexualidade em mídias visuais como histórias em quadrinhos, animações, seriados e cinema, especialmente voltadas para jovens e adultos. A proposta surge da necessidade de investigar como papéis sociais de gênero e identidades LGBTQIAPN+ são construídos, tensionados ou reforçados nesses meios de comunicação. As mídias aqui tratadas serão abordadas como fontes históricas e culturais, nas quais é possível rastrear subjetividades, discursos e valores, assim como estratégias de resistência frente à heterocisnormatividade. A expansão da produção midiática — de origem americana, asiatica ou europeia — revela não apenas a busca por novos mercados, mas também a disputa por sentidos, na qual estereótipos e normas de comportamento são tanto replicados quanto desafiados. Por meio da interseccionalidade, refletiremos sobre como o que significa ser homem, mulher ou pessoa LGBTQIAPN+ muda ao longo do tempo e é performado de modo diverso. A proposta acolhe pesquisas que se debrucem sobre tais representações, indo além da distinção sexual biológica e explorando os sentidos sociais e culturais atribuídos aos corpos e às identidades.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO 5 TRADUÇÃO DE “CLÁSSICOS”: NOVAS LEITURAS E OUTRAS LINGUAGENS
Felipe Krul Bettiol (UFPR)
Sebastian Fuentes Medina (Universitat Jaume I de Castelló – UJI e em Estudios Clásicos da Universidad de Buenos Aires – UBA)
Os panoramas do século XXI colocaram a literatura em cenários marcados por traduções que se ajustam a novos fenômenos socioculturais. Aquilo que se conhece como clássico na literatura, ainda que represente um tipo de registro para acessar cosmovisões de uma época específica, exige novas leituras que se adequem às problemáticas e às necessidades atuais, gerando, assim, uma sensibilização em relação aos contextos nos quais essas obras agora são promovidas. Além disso, é preciso refletir sobre o próprio termo “clássico”, que não deve se restringir às obras literárias pertencentes ao cânone dominante da literatura universal. Portanto, busca-se um debate que também contemple obras literárias historicamente marginalizadas, que podem ser consideradas clássicos a partir de novos prismas críticos, culturais e tradutórios. Quando se fala em novas perspectivas de leitura, não se refere, de modo algum, ao que alguns chamam de "manipulação" ou "deterioração" dos clássicos, e sim o contrário, isto é, a urgência em observar todo tipo de obra sob lentes contemporâneas em que se convida a colocar tais produções em diálogo com novos leitores em novos contextos. Alcançar leituras renovadas dessas obras, tanto a partir da tradução interlingual quanto da intersemiótica, leva a considerar os estudos tradutórios como uma disciplina diversa, que permite transpor qualquer obra de um contexto a outro, de um gênero a outro, de um formato a outro, de uma linguagem a outra. Sendo assim, o objetivo deste simpósio é criar um espaço no qual seja possível intercambiar diferentes perspectivas sobre a tradução e a transposição de diversos tipos de literatura “clássica” para leituras contemporâneas, explorando também diferentes linguagens, sendo exemplos as histórias em quadrinhos e o cinema, em estudos nos quais se evidenciem a inserção de debates atuais sobre gênero, identidade, memória e história.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO 6 CONTRACULTURA, UNDERGROUND E ALTERNATIVO: USOS CONCEITUAIS NAS PESQUISAS EM ARTES GRÁFICAS E CINEMA
Geovano Moreira Chaves (IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes)
Iberê Moreno Rosário e Barros (Universidade Anhembi Morumbi)
Os conceitos de contracultura, underground e alternativo são utilizados com ampla frequência nas pesquisas em cinema e histórias em quadrinhos. No entanto, percebe-se que, em grande medida, estes conceitos são tidos como dados, ou mesmo como prontos e resolvidos, sem que as devidas tensões que abarcam estes conceitos tenham sido problematizadas ou mesmo historicizadas. São bastantes comuns referências ao cinema underground brasileiro, ou mesmo a quadrinhos alternativos ou que se atrelam a uma ideia de contracultura, sem que os mapeamentos teóricos e conceituais sobre estes termos sejam devidamente problematizados. Nessa perspectiva, este Simpósio Temático tem como objetivo agregar pesquisas que usam e debatem os conceitos de contracultura, underground e alternativo, assim como suas variações, problematizando estes conceitos no escopo das pesquisas que envolvam cinema e histórias em quadrinhos em suas inter, trans e multidisciplaridades, na intenção de compreender melhor e criar possibilidades de interlocução em relação a estes usos conceituais e suas nuances. Análises de filmes, histórias em quadrinhos, estilos e escolas de cinema e quadrinhos, teorias de cinema e quadrinhos, revistas de cinema e quadrinhos, entre várias outras possibilidades, estão entre os objetos de estudo dos trabalhos que serão apresentados neste Simpósio Temático.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO 7 ENSINO DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO: PRÁTICAS E CULTURAS NO TEMPO PRESENTE
Luiz Paulo Da Silva Soares (UFPEL)
Darcylene Pereira Domingues (UFPEL)
O tema deste simpósio “Ensino de História e Educação: Práticas e Culturas no Tempo Presente” abrange um escopo que integra estudos distintos, com concepções multifacetadas e interdisciplinares, que atravessam diferentes linguagens e “produtos culturais” (FERRO, 2010; FONSECA, 2012; CARMO, 2012). Tal abordagem torna-se ainda mais relevante no contexto atual, em que segmentos da sociedade buscam, a todo custo, deslegitimar, negligenciar e negar fatos históricos comprovados por meio de pesquisas científicas. Dessa forma, este Simpósio Temático pretende reunir propostas investigativas sobre as linguagens contemporâneas na prática pedagógica escolar, reconhecendo e valorizando a escola como espaço de produção de conhecimento e de formação inicial, cultural e científica. O simpósio busca acolher estudos variados e interdisciplinares que se propõem a refletir sobre questões teórico-metodológicas relativas aos estudos da História, da Educação e da Linguagem. Destaca-se, nesse contexto, o uso de fontes, objetos, produtos e sujeitos no campo da pesquisa e do Ensino de História e suas diferentes dimensões socioespaciais, especialmente por meio de diversos “produtos culturais” - como cinema, cidade, fotografia, música, história em quadrinhos, entre outros - nos espaços escolares (FONSECA, 2012). Essa perspectiva dialógica se articula também com as reflexões de John B. Thompson (2011, 2016), ao analisar as transformações provocadas pelas mídias na cultura moderna e suas implicações na constituição de sentidos, na circulação de símbolos e na construção das ideologias. Assim, compreende-se que a escola, como espaço social, também está atravessada por essas dinâmicas midiáticas e simbólicas, sendo imprescindível refletir sobre como essas produções culturais integram e interferem nos processos de ensino e aprendizagem. Assim, este Simpósio Temático pretende constituir-se como um espaço de diálogo transdisciplinar sobre a História e seus múltiplos significados na Educação.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO 8 SUPER-HERÓIS NOS QUADRINHOS E NO CINEMA: IMAGINÁRIO, REPRESENTAÇÃO E HISTÓRIA DOS ESTADOS UNIDOS
Bruno Leonardo Ramos Andreotti (EFAPE - Secretaria de Educação do Estado de São Paulo)
Este simpósio temático objetiva reunir pesquisadores interessados em analisar as relações entre narrativas de super-aventura presentes nos quadrinhos e/ou no cinema e a história dos Estados Unidos, com destaque para a construção de imaginários culturais e sociais. Pretende-se explorar como essas formas narrativas têm expressado, interpretado, reinterpretado e influenciado eventos históricos, contextos políticos e sociais dos e nos Estados Unidos, contribuindo significativamente para a criação e manutenção de imaginários coletivos sobre nacionalismo, democracia, militarismo, racismo, gênero, entre outras. Desde suas origens nas histórias em quadrinhos dos anos 1930 até as grandes produções cinematográficas contemporâneas, a super-aventura e seus personagens centrais, os super-heróis, têm atuado como veículos fundamentais para moldar e representar percepções populares e imaginários simbólicos. Serão bem-vindas abordagens diversas que investiguem desde representações de conflitos até análises sobre como quadrinhos e filmes têm sido empregados como instrumentos propagandísticos em contextos históricos específicos, tais como a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, a Guerra do Vietnã, o período pós-11 de setembro e outras crises contemporâneas. Além disso, pretende-se acolher pesquisas que examinem como essas narrativas abordam temas socioculturais, incluindo direitos civis, feminismo, questões LGBTQIAPN+, imigração, entre outras, analisando como contribuem para a formação e transformação de imaginários sociais. A relevância deste simpósio está na criação de um espaço acadêmico interdisciplinar dedicado à compreensão crítica e analítica das narrativas de super-aventura enquanto fenômenos históricos e culturais, com ênfase em suas implicações para os imaginários coletivos na história dos Estados Unidos. Ao incorporar uma perspectiva que abrange tanto quadrinhos quanto cinema, esta proposta busca incentivar o diálogo entre diversos campos do saber, fortalecendo as pesquisas sobre representações históricas e construções do imaginário na história dos Estados Unidos.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO 9 REPRESENTAÇÕES UTÓPICAS E DISTÓPICAS NO CINEMA E NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Lucas Silva de Oliveira (UEM)
Shesmman Fernandes Barros de Melo (UEM)
Este Simpósio Temático procura abrir espaço para a discussão de pesquisas sobre produções audiovisuais e gráficas que abordem de utopias, distopias e cenários alternativos na ficção. Assim, verifica-se a necessidade de entender como essas mídias visuais criticam e satirizam elementos de seu próprio contexto sociopolítico por meio de narrativas alternativas que projetam cenários distópicos e futuros especulativos. Tal proposta fundamenta-se na análise das linguagens visuais contemporâneas, especialmente como o cinema e os quadrinhos operam como práticas culturais, pois, como destaca Julio Bentivoglio, compreendê-las implica reconhecer o modo como a humanidade atribui significado e representa suas experiências numa perspectiva temporal, projetando-se no passado e no futuro para dar sentido ao tempo. Assim, a ideia central é pensar como essas produções utilizaram o recurso de realidades alternativas pessimistas para criticar visões hipercapitalistas, autoritárias e/ou governos e posturas políticas belicistas e ideológicas. A proposta enfoca produções das décadas de 1950 a 2020, explorando suas críticas políticas e articulações com contextos históricos específicos. Por isso, é relevante pensar como meios de comunicação aqui estabelecidos têm contribuído para a disputa de poder em torno de determinadas pautas ideológicas.
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SIMPÓSIO TEMÁTICO 10 A QUESTÃO MIGRATÓRIA NOS QUADRINHOS E NO CINEMA
Guilherme Freire Marques (UERJ)
A questão migratória tem sido um desafio global, principalmente num contexto de crise econômica, de acirramento de conflitos armados e da ascensão de governos de extrema-direita. Bauman (2005), escrevendo pouco depois dos atentados de 11 de setembro, demonstra o papel da imprensa em relacionar pessoas em busca de asilo com terroristas, apontando que tanto as pessoas em busca de asilo quanto os migrantes econômicos são vistos como um perigo para a segurança, alvo de raiva e ressentimento e são vistos como um “refugo humano”, o refugo da globalização. No período da virada do século XIX para o XX, surgiram teorias que culpabilizavam os imigrantes por agitações sociais, o que acabou culminando em diversas leis restritivas. Medeiros de Menezes (1996) trata dos indesejáveis “assim foram definidos os estrangeiros que, por palavras ou ações voltavam-se contra a ordem política, econômica, moral e social existentes, considerados nocivos à sociedade e perigosos à segurança pública” (p.91) Sarmiento (2017) nos fala da teoria da “flor exótica”, que “apontava os imigrantes como aliciadores das classes operárias nacionais e responsáveis pela situação de desordem e greves que invadiram as jovens repúblicas sul-americanas.” (p.266) Nesse contexto, a lei dos indesejáveis de 1907 previa a deportação de estrangeiros que fossem considerados uma ameaça à ordem nacional. Isso não era exclusividade apenas da América do Sul. Nos Estados Unidos, tivemos tentativas de assimilação forçada, expulsões de trabalhadores migrantes por “patriotas” (Abrams, 1976, p.118) e leis de restrição à imigração de 1921 e 1924. “Esta reduzia a imigração – e, por conseguinte, a entrada de concorrentes potenciais – oriunda da agitada e empobrecida Europa Oriental e Meridional a quantidades desprezíveis. A lei praticamente excluía os orientais ao mesmo tempo que fixava generosas cotas para os “nórdicos” da Europa do Noroeste.” (Coben, 1976, p. 277-278) A crise de refugiados na Europa, ocorrida em 2015, a eleição de candidatos com retórica preconceituosa e políticas restritivas para imigrantes aprofundam os desafios enfrentados por estes. Kellner (2001) nos fala de uma cultura de mídia que mobiliza a audição e visão, dominando o tempo de lazer e contribui para moldar não só as opiniões políticas, mas comportamentos sociais, contribuindo para a formação das identidades. Organizada em escala industrial, é uma produção de massa e feita para a massa, onde seus produtos se constituem como mercadorias. Os quadrinhos e o cinema são parte dessa cultura de mídia, que também se constitui como um terreno de disputas. Dessa forma, buscamos trabalhos que tratem de histórias em quadrinhos ou de cinema relacionados com a questão migratória e seus desafios.