O II Seminário Internacional do DOLM, cujo tema trata daos “Territórios das Infâncias: visibilidades do outro lado da margem”, dá sequência a um conjunto de discussões iniciadas em sua I edição que tratou dos “Impactos da pandemia nas infâncias brasileiras e desigualdades sociais”, considerando os resultados e enfrentamento dos efeitos da pandemia nos grupos de crianças/infâncias, considerando diversidades e diferenças das cinco (05) macrorregiões brasileiras. No ano de 2025 o DOLM abrigará, também o I Seminário da Pesquisa Goiás e a Educação Infantil no/do campo: da gestão à organização do trabalho pedagógico para crianças de 0 a 6 anos residentes em áreas rurais. Esta útlima pesquisa é financeada pela FAPEG e tem intersecções com a pesquisa DOLM.
O II DOLM está vinculado à pesquisa “Do outro lado da margem: desafios e proposições no enfrentamento das desigualdades sociais das infâncias em pandemia”, aprovado no Edital de Seleção Emergencial IV CAPES - Impactos da Pandemia – Programa CAPES-EPIDEMIAS - Programa Estratégico Emerge de Prevenção e Combate a Surtos, Endemias, Epidemias e Pandemias de 2022.
O II DOLM visa reafirmar a rede de pesquisa entre os sete (7) programas de Pós-Graduação em Educação, Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Educação (PPGE) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC) e demais grupos externos, e apresentar os estudos e análises, problematizar importantes questões da (não)garantia de direitos das crianças e a (in)visibilidade da infância em tempos de epidemias e crises de diversas ordens delas decorridas, o que faz importante esse debate aliado a formação da docência.
O tema de 2025 “Territórios das infâncias: visibilidades do outro lado da margem” exige reconhecer que muitas crianças vivem em contextos historicamente invisibilizados, atravessados por desigualdades sociais, raciais, econômicas e territoriais. Nessas margens – físicas, simbólicas e políticas – as infâncias encontram-se marcadas por processos de exclusão social e de direitos. Para garantir os direitos de todas as crianças, é fundamental que políticas públicas intersetoriais, pesquisas comprometidas com a ética e ações de inclusão dialoguem com esses territórios diversos e desiguais, respeitando suas especificidades e construindo formas efetivas de participação e escuta.
Nos eixos que estruturam esse debate, observamos que infâncias e desigualdade caminham juntas em muitos territórios onde o acesso à saúde, à educação, à moradia e à proteção é precarizado. A diversidade de infâncias — negra, indígena, quilombola, com deficiência, periférica — impõe o desafio de incluir com justiça, não apenas com presença física, mas com respeito, identidade e pertencimento. Nesse sentido, a intersetorialidade entre educação, assistência social, saúde e cultura é condição para garantir o cuidado integral das crianças, considerando os múltiplos determinantes sociais da infância. As pesquisas com crianças, por sua vez, devem ser construídas com metodologias participativas e éticas, que valorizem suas vozes e experiências. E é pela interseccionalidade que podemos compreender como os marcadores sociais — gênero, raça, classe, deficiência — se sobrepõem, agravando vulnerabilidades ou, ao contrário, fortalecendo estratégias de resistência. Dar visibilidade ao outro lado da margem é, portanto, um ato de justiça e um compromisso com o presente e o futuro da infância brasileira.
Sendo assim, o II DOLM será realizado nos dias 24 a 26 de novembro de 2025, na Pontifícia Universidade Católica de Goiás, em Goiânia/GO. O encontro contará com Palestras e mesas redondas; grupos temáticos; oficinas/atelier; sessões de banner; sessões de (comunicações, relatos de experiência, etc.) com apresentação na modalidade oral, exposição e lançamentos de livros.
Portanto, a realização do II DOLM tornará possível o intercâmbio de ideias, conhecimentos, indagações, questionamentos, experiências e produção de conhecimentos, favorecendo a produção de respostas e alternativas inovadoras para as questões da pandemia e do agravamento das condições materiais e subjetivas de vida de vários grupos sociais, e envolve as condições econômicas, sociais, educativas e culturais.
O II DOLM é, portanto, a oportunidade de divulgação científica dos resultados dos estudos, pesquisas e ações dos agentes interessados nas questões da infância, garantindo o intercâmbio da Pós-Graduação, da Graduação e da Educação Básica.
A realização do evento "I Seminário da Pesquisa Goiás e a Educação Infantil no/do Campo", integrado ao II DOLM, representa um marco fundamental na valorização e na defesa do direito à educação para as crianças de 0 a 6 anos que vivem em áreas rurais do estado. Em um contexto marcado por desigualdades históricas e pela invisibilização das infâncias do campo nas políticas públicas, o evento reafirma a centralidade da Educação Infantil no/do campo como pauta estratégica de justiça social, inclusão e garantia de direitos. Trata-se de uma oportunidade essencial para reunir gestores, educadores, pesquisadores e comunidades do campo em torno da discussão qualificada sobre os desafios e as potências do trabalho pedagógico voltado a essas crianças, respeitando suas territorialidades, culturas e modos de vida.
Ao propor uma reflexão crítica da gestão à organização do trabalho pedagógico, o evento amplia o entendimento de que a educação infantil no campo não pode ser mera transposição do modelo urbano. Ela exige uma abordagem específica, construída a partir das realidades rurais, que reconheça os saberes locais, os tempos da natureza, o vínculo comunitário e as formas próprias de ser criança no/do campo. Nesse sentido, o evento contribui para fortalecer a identidade da educação do campo na primeira infância, dialogando com diretrizes nacionais e com os movimentos sociais que historicamente lutam pela escola do campo como espaço de resistência e emancipação.
Além disso, a iniciativa impulsiona a produção científica em Goiás sobre a temática, incentivando pesquisas que deem visibilidade às práticas, às vozes das crianças e educadores do campo, e aos desafios enfrentados pelas redes públicas na efetivação das políticas educacionais. O evento, portanto, não apenas promove o intercâmbio de experiências e saberes, mas fortalece a luta coletiva por uma educação infantil que respeite a diversidade e assegure, com equidade, o direito à educação de qualidade às crianças que vivem e crescem nos territórios rurais de Goiás.
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