O conceito de língua em Saussure: continuidade e alteração
Prof. Ma. Dayanne Teixeira Lima (IFAL)
Sabe-se que o conceito de língua do linguista genebrino Ferdinand de Saussure, a quem foi atribuído o título de pai da Linguística Moderna, foi fundamental para o estabelecimento da ciência linguística. Ao definir a língua como um sistema de signos e elegê-la como o objeto linguístico por excelência, Saussure formulou os subsídios teórico-metodológicos necessários para as reflexões linguísticas do século XX até os dias de hoje. No entanto, esse mesmo conceito basilar foi duramente criticado posteriormente em função de seu caráter abstrato e estático, características estas que distanciam a língua do sujeito e, consequentemente, de sua historicidade. Partindo desse pressuposto, o objetivo deste minicurso é discutir o conceito saussuriano de língua a partir de dois princípios pouco abordados na literatura da área, a saber, os princípios da continuidade e da alteração. Tais princípios, a nosso ver, problematizam o caráter extremamente imóvel comumente associado ao conceito de língua em Saussure. Para tanto, partiremos de duas obras que compõem o corpus saussuriano na atualidade: o Curso de Linguística Geral (2006 [1916]) e os Escritos de Linguística Geral (2004 [2002]).