IV ENCONTRO GÊNERO, SAÚDE MENTAL E VIOLÊNCIAS Demandas das mulheres e inclusão da perspectiva de gênero como resposta à pandemia

A pandemia do covid-19 vem repercutindo de maneira significativa na vida das pessoas em maior vulnerabilidade social, como as mulheres. Além de estarem na linha de frente do atendimento em saúde, são elas que ainda assumem as tarefas de cuidado no lar em tempos de isolamento social, e as que enfrentam condições precárias no trânsito para o trabalho e nas suas funções laborais, dentre outras, estando sujeitas a diversas formas de violência que levam ao adoecimento mental - não é à toa que as mulheres no mundo inteiro são mais diagnosticadas com transtornos de ansiedade e depressão. E as mulheres psicólogas também estão entre as que veem os efeitos da pandemia repercutirem nas suas vidas pessoais e na atuação profissional, com desafios de atuarem para promoverem direitos e saúde em diversos âmbitos e ao mesmo tempo, também estarem em situação de vulnerabilidade pelas condições de trabalho e outras que são consequências das desigualdades de gênero, do preconceito racial, da LGBTfobia, do capacitismo, para citarmos alguns.

A violação de direitos repercute de modo importante na saúde mental e estes efeitos têm sido exacerbados na pandemia da covid-19. O aumento do feminicídio, da violência contra mulheres, crianças, idosos, o contínuo genocídio da população negra, a pauperização das mulheres mães solo, o aumento do suicídio e tentativas de suicídio, dentre outras mazelas nesta pandemia, refletem a necropolítica em curso numa sociedade estruturada no patriarcado, capitalismo e racismo, principalmente. Além de um contínuo desmonte nas políticas públicas, deixando a população cada vez mais sem assistência. O compromisso social da psicologia requer um olhar de gênero para o contexto as demandas, alinhado a diversas recomendações já feitas por organismos internacionais como a ONU Mulheres, que traz diretrizes para inclusão da perspectiva de gênero na resposta à crise (ver em http://www.onumulheres.org.br/noticias/onu-mulheres-lanca-materiais-com-diretrizes-para-inclusao-de-mulheres-e-meninas-na-resposta-a-pandemia-de-covid-19/).

Sabemos que a discussão de gênero é parca na Psicologia como ciência e profissão, mas que ela vem crescendo aos poucos, e o Conselho de Psicologia da Bahia vem contribuindo para este crescimento - com suas ações, debates e publicações sobre o tema. Neste sentido, buscamos com o evento colaborar para este movimento, em um mês que é de grande relevância para a categoria, que é o mês de comemoração da regulamentação da profissão, e gostaríamos de promover diálogos sobre diversas temáticas que abarcam as questões de gênero, saúde mental e violências, trazendo olhar da Psicologia principalmente na atual conjuntura.

As atividades propostas trazem debates respaldados numa perspectiva crítica feminista e interseccional, de direitos humanos, contribuindo para ampliar o olhar sobre as demandas das mulheres, levando em conta seus lugares de pertencimento social de gênero, raça, orientação sexual, territórios, idades/gerações, religião, e outros. Esta perspectiva tem sido adotada nas ações da COMREG e seus respectivos GTs, integrando as edições também dos Encontros sobre Saúde mental, gênero e violência. Desde sua primeira edição, o Encontro promoveu orientação de qualidade à categoria, com a participação de renomados/as profissionais da psicologia e áreas afins para qualificar o debate. Nesta edição, o encontro irá abordar temáticas interseccionais que vão de encontro às 17 propostas do eixo II do 10º Congresso Regional de Psicologia e com as 84 propostas do eixo II do 10° Congresso Nacional de Psicologia (CNP). E tem como proposta integrar a programação de eventos preparatórios para o 11º. COREP e CNP.

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Data do evento

26 de agosto de 2021, 14h00 até 27 de agosto de 2021, 18h00

LOCAL DO EVENTO

Evento Online
Link: http://www.youtube.com/channel/UCg3OBb_DUBUaTMxWbs_ERZw