Local: Sala 1
BARTOLOMEU DOS SANTOS COSTA
A EDUCAÇÃO ESTÉTICA DO
HOMEM: SOMENTE UM ENSAIO ESTÉTICO OU TAMBÉM UM MANIFESTO POLÍTICO?
Este artigo busca identificar e, de forma sucinta, discorrer sobre elementos que permitem apontar A Educação Estética do Homem, de Friedrich Schiller, para além de somente um ensaio sobre a Estética, mas também um manifesto político. Para esse intento, recorreu-se à análise bibliográfica da própria obra citada acima, bem como, a alguns artigos que tratam do tema em questão. À guisa de conclusão, a partir do pressuposto de que há a necessidade da contextualização histórica para a compreensão e interpretação de um texto, e do conceito de Fusão de Horizontes, de Gadamer, percebe-se que a obra enseja dar algumas respostas no sentido de resolver os problemas políticos e sociais resultantes dos ideais iluministas e, por conseguinte, da Revolução Francesa. Desse modo, configurando-se, também, como um manifesto político do autor como resposta às suas insatisfações frente aos acontecimentos político-sociais do seu tempo. Portanto, o trabalho consiste em um ensaio para uma discussão mais aprofundada posteriormente, ou seja, é uma discussão parcial sobre o tema e o que se objetiva com esse.
Brenda BRENDA RAYANNE CARDOSO NEVES
Uma questão antropológica no Leviatã de Thomas Hobbes.
Este trabalho visa expor um pouco do pensamento antropológico do filósofo Thomas Hobbes na primeira parte da sua obra Leviatã. Hobbes escreveu sua obra em um período pós renascentista, período em que homem está saindo da lógica baseada no teocentrismo para uma lógica antropométrica. Hobbes então tem se preocupado em compreender o homem antes do estado o homem em sua totalidade e o porquê de sua necessidade em criar um homem artificial. Traz uma lógica diferente da percepção cristã de que o homem seja bom. Adota uma perspectiva de que o estado de natureza do homem é selvagem para sua própria auto proteção. A procura pela compreensão de quem é o homem é essencial para entender a realidade que nos cerca, a todo momento somos chamados a refletir nossa existência a fim de compreender os processos históricos e sociais que estamos inserido.
David Alla Mota Serra
Pessoa e Dispositivo na filosofia política de Roberto Esposito.
O filósofo italiano Roberto Esposito é um dos maiores pensadores da filosofia política contemporânea. O projeto de repensar e ressignificar as categorias do político, desgastadas em seus fundamentos ontológicos, tem aberto novos espaços para pesquisas na disciplina que, de outro modo, teriam continuado a pensar a política com categorias filosóficas do século XIX. Nesse contexto, os conceitos de dispositivo (na sua origem foucaultiana e heideggeriana) e de pessoa (na sua origem jurídica e teológica), outrora antagônicos e contraditórios, são repensados com relação as formas de governo e a institucionalidade. Consequentemente, a partir de Roberto Esposito, pergunta-se: qual a relação entre os conceitos de dispositivo e de pessoa? O conceito de pessoa, para além de seu aspecto teológico, permite pensar a política? Qual a relação entre pessoa e institucionalidade jurídica? Mesmo que existam muitos trabalhos e pesquisas sobre a filosofia de Esposito no Brasil, as que abordam os aspectos relativos aos conceitos de dispositivo e pessoa ainda são insuficientes. Diante disso, a filosofia do italiano Roberto Esposito abre um leque importante para novas pesquisas cujo objeto de estudo é a relação entre política e pessoa.
Elinalva Pinto de Carvalho
O “PRIMEIRO ALCIBÍADES”: UMA LEITURA ATRAVÉS DE FOUCAULT SOBRE O SUJEITO DO CUIDADO DE SI
O cerne do trabalho, centra-se no diálogo do “Primeiro Alcibíades” de Platão, em que, evidencia os intentos e meandros de um ocupar-se consigo. Nesta perspectiva, através da ótica foucaultiana visamos refletir como constituiu-se a noção de cuidado de si (epiméleia heautoû), e de como era percebida na tradição dos antigos, como um exercício de liberdade, uma forma de governar a si mesmo e aos outros. Para esta análise Foucault faz um recuo hermenêutico à cultura greco-romana, no qual permitiu-lhe extrair fundamentações teóricas à uma ética voltada à estética do cuidado de si. Neste sentido, o trabalho pautar-se-á na reflexão sobre o cuidado de si (epiméleia heautoû), uma forma de resistência, tendo como pressuposto as concepções da obra de Platão, “O Primeiro Alcibíades”. E, as análises lançadas no curso A hermenêutica do sujeito (1982) aulas ministradas no Collège de France, no qual Michel Foucault aponta as questões que envolvem o preceito délfico e que culminam no entendimento sobre a estética da existência enquanto uma ética possível do cuidado de si. Esta circunstância não diz respeito apenas problema conceitual, mas Foucault percebe que houve uma valoração do conhecimento técnico-científico que operou rupturas nas práticas ascéticas. Ou seja, o termo (epiméleia heautoû) que, para os gregos estava estritamente vinculado ao cuidado consigo mesmo, em suas atitudes éticas, foi moldado e substituído pelo gnôthi seautón. Nesta perspectiva, deu-se, segundo Foucault, quando o imperativo socrático, conhece-te a ti mesmo foi requalificado, ao que o filósofo chamou de “momento cartesiano”. Então, partiremos deste acontecimento, onde o cuidado de si (epiméleia heautoû) ficou a sombra do gnôthi seautón, (conhece-te a ti mesmo) no qual tinha uma conotação diferente da que conhecemos, como conhecimento de si. Neste âmbito, a experiencia que o sujeito tinha consigo, desvencilha-se e emerge na cultura, práticas políticas que agora tomam o sujeito como objeto de conhecimento e de subjetivações, e isto reforça a ideia de um governo das condutas mais voltado a governamentalidade biopolítica. Portanto, estes primeiros apontamentos diagnosticam a conduta moral e política do sujeito consigo mesmo na antiguidade.
MARCOS FERREIRA SILVA
Nova História Indígena na Polifonia da Historiografia: Diretorias e Colônias no Maranhão Provincial na Interface da Política Indigenista Imperial (1845-1889).
O texto trabalha a revisão historiográfica da temática Nova História Indígena, revitalizando algumas de suas conceituações. O tema configura-se com grande relevância, tendo em vista que a história das populações indígenas também se insere diretamente na proposta decolonial.Por sua vez, o estudo dessa temática apresenta uma relevância no que tange à consciência acerca do protagonismo do índio na história, como sujeitos dotados de práticas, saberes e histórias. Olhando e repensando tal história indígena como tema profícuo do fazer historiográfico, fui sendo compelido por algumas inquietações.A pesquisa partiu do contato com um vasto acervo documental do século XIX, relacionado à política indigenista no Maranhão imperial, ofícios trocados entre os Diretores gerais dos índios, Diretores parciais das Colônias indígenas e os Presidentes da Província, correspondências dos missionários e relatórios dos Presidentes da Província do Maranhão e da Diretoria Geral dos Índios. Logo, passei a perceber que a perspectiva e as vozes indígenas aparecem de forma sutil na documentação, e assim tenho me atentado a esses momentos, buscando valorizá-los em minha narrativa.