Zezito de Araújo [Homenageado]
Filho de Gercina Ana da Conceição e Raul Vital de Araújo, sétimo de 08 (oito) filhos nascidos em uma comunidade remanescente de quilombo, conhecida pelo nome de Cabaça de Porco, hoje Santa Cruz, em São Luís do Quitunde. Seus avós paternos: Vital Gomes de Araújo e Maria Santina da Conceição; avós maternos: Ana Maria da Conceição (Mãe Aninha) e Amaro Miguel. Ainda criança com 08 (oito) anos, mudou para Maceió, morando em um dos bairros mais tradicionais da cidade, Bebedouro. Estudou o ensino fundamental no Instituto de Educação e o médio na Escola Moreira e Silva no Cepa. Fez sua graduação e mestrado em História na Universidade Federal de Alagoas.
Desde sua juventude foi envolvido com movimento social. Sua primeira experiência foi no grêmio da Escola Estadual Instituto de Educação no Cepa, quando assumiu a vice-presidência do Grêmio, depois foi eleito vice-presidente do Conselho de Alunos do Cepa, entidade que representava os interesses dos estudantes que estudavam no Cepa.
Sua trajetória no movimento negro social começou ao concluir o curso superior de História do Brasil pela Universidade Federal de Alagoas em 1980. Na condição de docente do Curso de História da Universidade Federal de Alagoas\Ufal, iniciou seu ativismo nas questões negra no meio acadêmico e na sociedade alagoana, criando e presidindo a Associação Cultural Zumbi, primeiro movimento negro organizado em Alagoas, tendo como objetivo o combate a racismo.
No serviço público, além da função de professor, foi secretário de Estado da Secretaria de Defesa e Proteção das Minorias no período de 2001 a 2005; Superintendente do SOPROBEM (Serviço de Promoção do Bem-Estar Comunitário) de 2001 a 2002; Representante do Governo do Estado no Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial/ Presidência da República – 2003 – 2005.
Na vida acadêmica exerceu as seguintes funções: Diretor do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal de Alagoas – NEAB - 1983-2001; Conselheiro do Memorial Zumbi – 1980 – 1995; Conselheiro do Conselho de Ética da UFAL – 1997 – 2000; Coordenador e executor dos Estudos para o Tombamento da Serra da Barriga – 1984; Conselheiro da Fundação Municipal Cidade de Maceió – 1997 – 2000. Coordenador do Curso de História Cesmac – 2012 – 2015; Supervisor de Diversidades da Secretaria de Educação de Alagoas – 2016; Multiplicador e conferencista do Projeto Conhecendo nossa história: da África ao Brasil – Fundação Cultural Palmares – 2017. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e Membro da Academia Alagoana de Educação de Alagoas.
Na escrita, escreveu publicações acerca da temática negra: Ações Afirmativas no Brasil.
In. O negro no mercado de trabalho. Brasília: Fundação Cultural Palmares/Minc, 2003; Dona Marinalva – Saberes e Fazeres. In. A presença negra em Alagoas \ Douglas Apratto, Jairo José Campos da Costa (Org.); Clébio Correia de Araújo et al. – Maceió: Viva Editora. 2014; Folclorização e significado cultural do negro. In. Kulé Kulé. Visibilidades negras. Neab/Ufal.- Org. Bruno César Cavalcanti, Clara Suassuna Fernandes e Rachel Rocha de Almeida Barros. Maceió: Edufal, 2006; O Negro e a Construção do Carnaval no Nordeste, Edufal, 2003; Serra da Barriga: exposição de motivos para o Tombamento da Serra da Barriga, Sergasa, 1987; A presença negra em Alagoas.
In. Educação e Diversidade: um diálogo necessário na educação básica. – Gilberto Geraldo Ferreira, Edson Hely Silva, José Ivamilson Silva Barbalho, (org) Maceió: Edufal, 2015; Quilombo dos Palmares: negociações e conflito. – Arapiraca: Cesmca\EDuneal, 2020.
Pelos serviços prestados a cultura e a educação em Alagoas, recebeu as Comendas: Ordem do Mérito dos Palmares – Cavaleiro
– 2005 – Governo do Estado de Alagoas; Comenda do Mérito Educativo Alagoano – 2009 – Conselho Estadual de Educação; Comenda Zumbi dos Palmares – 2012 – Câmara dos Vereadores de Maceió.